Reproduções de grandes obras estarão expostas ao público até o dia 31 de outubro na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O acervo da instituição ganhou o título Memória do Mundo – reconhecimento criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para patrimônios de caráter documental: livros, manuscritos, fotos ou filmes clássicos.
Entre as peças expostas está a Coleção do Imperador: fotografias brasileira e estrangeira do século XIX, que reúne parte do registro fotográfico feito por Dom Pedro II, no Brasil. Formada por mais de 21 mil fotografias, a coleção levou 20 anos para ser resgatada pelo departamento de iconografia da FBN e foi a primeira a receber o prêmio Memória do Mundo, categoria internacional, da Unesco, em 2003. Recentemente, esse arquivo também recebeu o reconhecimento de Memória do Mundo América Latina e Caribe.
Na avaliação do historiador Joaquim Marçal, da FBN, que esteve à frente processo de recuperação do arquivo de Dom Pedro e participa do Comitê da Unesco responsável pela seleção de documentos candidatos ao prêmio, as fotos têm relevância histórica mundial. "Esta é a coleção mais abrangente de fotografia feita por qualquer governante do mundo, no século XIX. Naquele período, todos os governantes colecionavam fotos, como a Rainha Vitória (Inglaterra), Napoleão III (França) e tantos outros. No entanto, nenhum deles tinha uma coleção que abordava temas tão distintos quanto como a de Dom Pedro II, que tratava de astronomia, medicina, arqueologia, botânica, costumes, arquitetura, artes, educação, apenas para citar alguns", destacou.
Importantes manuscritos musicais também integram a mostra, como as coleções documentais do maestro Carlos Gomes e do pianista Ernesto Nazareth. Os visitantes poderão, ainda, conferir os manuscritos autografados de Carlos Gomes das óperas Maria Tudor, Fosca, Salvator Rosa e O Guarany, que já foram apresentados no Teatro alla Scala, de Milão. Já o acervo de Nazareth inclui um conjunto de documentos musicais de algumas das 211 peças compostas pelo pianista. Ernesto Nazareth foi responsável pela criação de formas melódicas e harmônicas inconfundíveis, que se tornaram referência da musicalidade nacional.
Serviço
Coleção Memória do Mundo da Biblioteca Nacional
Até 31 de outubro
Horário de visitação: segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados, das 10h30 às 14h.
Local: Fundação Biblioteca Nacional, Av. Rio Branco, 219, 2º andar, Rio de Janeiro (RJ)
ENVIE PARA UM AMIGO
