Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Funcionários da Peccin protestam e distribuem produto sob suspeita na Carne Fraca

23.03.2017
14:48
FONTE: G1

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Cerca de 80 funcionários da Peccin Agro Industrial fazem um protesto nesta manhã de quarta-feira (23) em frente ao frigorífico que fica em Curitiba. A empresa foi alvo da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF), e está interditada. Os profissionais temem demissão.

A unidade da Peccin produz salsicha e mortadela e está entre os três frigoríficos interditados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ao todo, 21 estabelecimentos estão sob investigação.

Os trabalhadores cortaram lombo e salsicha para distribuir com o intuito de mostrar que o produto é de qualidade.

Deflagrada na sexta-feira (17), a operação investiga irregularidades na fabricação, fiscalização e comercialização de carnes. A Polícia Federal afirma que há indícios de que fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebiam propina para liberação e fiscalização irregulares.
Segundo informações da Justiça Federal, essa empresa é acusada de "armazenamento em temperaturas absolutamente inadequadas, aproveitamento de partes do corpo de animais proibidas pela legislação, utilização de produtos químicos cancerígenos, produção de derivados com o uso de carnes contaminadas por bactérias e, até, putrefatas."

A empresa tem negado as acusações.

Perícia
Um laudo da Polícia Federal aponta excesso de amido em quatro amostras de salsicha e em duas amostras de linguiça calabresa produzidas pela Peccin Agro Industrial. Todos os produtos analisados foram considerados “desconformes” pelos peritos, de acordo com o que diz a legislação brasileira vigente.

No caso da salsicha, o amido é permitido, mas extrapolava a quantidade máxima estabelecida. Já no caso da linguiça calabresa, não há indicação do uso previsto.

De acordo com Ana Maria Bridi, engenheira agrônoma e coordenadora do Grupo de Pesquisa e Análise de Carne da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, o amido é um componente que não faz mal à saúde. Para a professora, o problema está em uma fraude que atinge o consumidor.

“[A empresa] está vendendo proteína, se você coloca amido, que é um produto mais barato, é uma fraude na composição do produto”, explica.

Demissões
Dois frigoríficos da Região Metropolitana de Curitiba que também foram alvos da Operação Carne Fraca suspenderam as atividades nesta quarta-feira (22) e demitiram 280 funcionários. As empresas pertencem ao grupo Central de Carnes Paranaense Ltda.

“A empresa não suporta mais por falta de verba. Desde sexta-feira a gente não efetua mais venda, não consegue mais vender os produtos. Muito cliente assustado com a repercussão deixou de receber os produtos já fechados. As vendas já programadas que esses tinham, eles pediram para a gente não entregar. Ou seja, a gente perdeu duas vezes porque a gente perdeu duas vezes porque não vendeu e produziu o produto”, disse Edinandes Alexandre Santos, que trabalha como diretor comercial das empresas.

O que diz a empresa
Em nota publicada em sua página na internet no último sábado (18), a Peccin Agro Industrial Ltda. informou que ficou surpresa com a operação e afirmou que as alegações da PF são falsas. 

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