Mato Grosso, 17 de Abril de 2024
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Gilberto Carvalho chama de 'absurda' acusação sobre compra de MPs

25.01.2016
15:25
FONTE: G1

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Ex-chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho classificou nesta segunda-feira (25) de "absurda" a investigação da Operação Zelotes que aponta que houve compra e venda de medidas provisórias nos governos do PT.

Em audiência na 10ª Vara Federal de Brasília, ele afirmou que as MPs sob suspeita foram editadas para incentivar investimentos de empresas do setor automotivo no Brasil, especialmente em estados mais pobres.

Gilberto Carvalho é investigado em um dos inquéritos da Zelotes e foi chamado a falar como testemunha de um dos 16 réus denunciados por participação no suposto esquema de venda de medidas provisórias apurado Polícia Federal.

"O papel do governo é induzir o desenvolvimento econômico para equilibrar o país. Era uma visão de estadista, preocupação de um governo que quer equilibrar o país. As empresas se beneficiaram, mas quem se beneficiou mais foi o país. Por isso considero absurda essa acusação de que trabalhamos vendendo MPs. Trata-se de atender interesses muito mais do povo e do país", afirmou Carvalho, que também foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência no governo Dilma Rousseff.

Deflagrada em março pela Polícia Federal, a Operação Zelotes investiga venda de medidas provisórias e supostas irregularidades em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda e responsável por julgar litígios tributários.

Segundo os investigadores, um grupo de empresários e lobistas negociou o teor de pelo menos três MPs – duas editadas no governo Lula e uma editada no governo Dilma – mediante pagamento de vantagens ilícitas a servidores públicos.

O objetivo desse pagamento de propina seria acelerar o andamento das propostas. Uma das medidas investigadas é a 471 de 2009, que prorrogou por cinco anos benefícios tributários ao setor automotivo.
Gilberto Carvalho afirmou que, como chefe de gabinete de Lula, recebeu pelo menos três vezes Mauro Marcondes, lobista preso na Operação Zelotes e acusado de integrar o suposto esquema de venda de MPs. 

O ex-ministro explicou que Marcondes normalmente se apresentava como representante da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e usava as reuniões para defender propostas do setor. Carvalho negou ter recebido qualquer oferta de vantagem e disse que não havia “clima” para ofertas desse tipo no governo Lula.

"Não havia no governo Lula: 'olha, você pode beneficiar com isso'. O Mauro [Marcondes] diversas vezes esteve no Palácio, mas nunca dirigiu a mim nenhum pedido. A única coisa pessoal que o Mauro fez comigo é que, quando eu adotei duas meninas, ele me mandou duas bonecas para minhas meninas. Infelizmente foi interpretado como se fosse uma propina", relatou.

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