Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Nacional / Internacional

Gleisi diz que ação da PF em sua casa teve intenção de 'constranger'

27.06.2016
15:25
FONTE: G1

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

Quatro dias após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato –, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou nesta segunda-feira (27) a tribuna do Senado para comentar a prisão de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. Na avaliação da parlamentar petista, a ação dos policiais federais em sua residência para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão teve "a clara intenção de constranger".

Esta foi a primeira declaração pública de Gleisi desde que seu marido foi preso pela PF, em Brasília, na última quinta-feira (23). Paulo Bernardo está detido na superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

"O cerco policial, por terra e ar, de nossa casa e a ordem judicial para entrar em nosso apartamento teve a clara intenção de constranger, não só a mim, mas a todos os moradores, como se a intenção principal fosse mostrar sua onipotência contra cidadãos desarmados", discursou a petista na tribuna do Senado.

Ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Paulo Bernardo é suspeito de ter se beneficiado da contratação da empresa Consist, que cobrava mais do que devia e repassava 70% do seu faturamento para o PT e para políticos. De acordo com a investigação, um escritório de advocacia ligado ao ex-ministro recebeu mais de R$ 7,6 milhões de 2010 a 2015 em decorrência do esquema, de acordo com as autoridades.

O cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão na casa de Paulo Bernardo e Gleisi gerou protestos da direção do Senado pelo fato de se tratar de um imóvel funcional de parlamentar com foro privilegiado. A Casa chegou a solicitar que o Supremo Tribunal Federal (STF) declare nulas as provas obtidas pelo Ministério Público Federal no apartamento funcional de Gleisi.

No pedido, a advocacia-geral do Senado argumentou à Suprema Corte que o imóvel é de propriedade da Casa e, por isso, está sujeito à mesma imunidade da sede. Além disso, o Senado ponderou na petição que seria impossível dissociar a titularidade dos documentos, objetos e bens apreendidos na residência de um casal, ainda que o alvo da operação fosse o marido da senadora do PT.

Diante da reclamação oficial do Senado, o ministro Celso de Mello, do STF, enviou ofício ao juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, que autorizou os mandados da Operação Custo Brasil, questionando detalhes de sua decisão que autorizou a busca e apreensão na casa de Gleisi e Paulo Bernardo.

Família

Ao longo do discurso de 17 minutos, Gleisi Hoffmann se emocionou e ficou com a voz embargada em duas ocasiões. Um dos momentos foi quando ela falou que, nem “em pesadelo”, imaginaria que um dia precisaria subir à tribuna do Senado para defender o marido.

“Nem em pesadelos eu seria capaz de supor que estaria aqui, nesta tribuna, para defender meu marido, pais dos meus filhos e de caminhada política, de uma prisão. Prisão  injusta, ilegal, sem fatos, sem prova, sem processo [...] estou sentindo na própria pele, o que aflige, diariamente, milhares de pessoas, homens e mulheres atingidos pelo abuso do poder legal e policial", disse a parlamentar do PT.

Gleisi também embargou a voz ao falar dos filhos, que estavam no apartamento no momento da prisão de Paulo Bernardo. Na ocasião, os policiais apreenderam o computador de um dos filhos do casal.

“Tentei impedir [que levassem o computador]. Disseram que iriam devolver [o computador] no mesmo dia, o que não aconteceu. Foi doloroso olhar para o meu menino, naquele momento. Buscavam achar dinheiro? Cofres? Documentos? Não acharam nada, o que provavelmente deve ter frustrado a operação espetáculo”, reclamou.

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

NOTÍCIAS RELACIONADAS

ENVIE SEU COMENTÁRIO