Mato Grosso, 29 de Março de 2024
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Grampos revelam que Abdelmassih fazia terapia de casal por telefone

28.08.2014
15:22
FONTE: G1

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  • O casal Roger Abdelmassih e Larissa Sacco
Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça de São Paulo revelam que Roger Abdelmassih, de 70 anos e condenado a 278 anos por estupros, também usava o telefone para fazer terapia de casal durante o período em que ficou escondido com a mulher e os filhos gêmeos no Paraguai.

O G1 apurou que o ex-médico e a ex-procuradora da República Larissa Sacco, de 37, se consultavam por telefone com um psiquiatra da capital paulista. Eles usavam uma linha exclusiva para isso. Os grampos deram pistas que ajudaram na localização e prisão do procurado em 19 de agosto, em Assunção.

Numa das conversas interceptadas com o terapeuta, Abdelmassih, que estava foragido e era procurado, fala em cometer "suicídio", caso seu esconderijo seja descoberto e ele acabe preso. Ele ainda se diz "cansado"; preocupado com os filhos e conta que a esposa anda "impaciente" por carregar "um peso muito grande".

Na mesma gravação, Larissa conta ao especialista que trocará as crianças de escola. Iria colocá-las em um colégio americano bilíngue porque não gosta dos "locais [paraguaios]".

Em seguida, o psiquiatra aconselha o casal, segundo o grampo feito neste ano. Diz que Abdelmassih e Larissa não terão uma vida "normal" e os compara aos personagens literários Robinson Crusoé e Sexta-feira (náufrago e índio, respectivamente, que convivem numa ilha no clássico de Daniel Defoe).

 Também comenta que a família deles poderia se inspirar na do navegador brasileiro Amir Klink, que viaja pelo mundo com ele.

A equipe de reportagem não localizou os advogados de Abdelmassih e Larissa para comentarem o assunto.

As consultas com o psiquiatra eram pagas pelo casal e aconteciam quinzenalmente. De acordo com o Ministério Público e com a polícia, um pacote das sessões de psicanálise custaria até R$ 9 mil. O pagamento seria feito ao terapeuta por intermédio de parentes, amigos e colaboradores de Abdelmassih no Brasil.

Segundo a investigação, 130 interceptações foram feitas. Além de telefones fixos e celulares, mensagens pelo Whats App, Instagram e Facebook foram rastreadas para saber o que o fugitivo conversava e quem financiava a sua clandestinidade. O objetivo dos promotores e policiais era um só: localizar e prender o homem mais procurado de São Paulo.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) chegou a oferecer R$ 10 mil de recompensa por informações que levassem ao fugitivo. Quinze denúncias sobre possíveis paradeiros de Abdelmassih foram feitas, mas nenhuma se confirmou e, por isso, o valor não foi pago.

A prisão do ex-médico acabou atribuída à investigação da Promotoria e da polícia. E os grampos feitos durante a terapia deram pistas importantes que ajudaram na localização de Abdelmassih. Como, por exemplo, o fato dele e do psiquiatra se tratarem pelos primeiros nomes de cada um (Roger, no caso do procurado). E a informação que o condenado deu ao terapeuta de que usava documento falso com outra identidade (Ricardo Galeano).

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