O Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, pode ser fechado na próxima semana. A determinação é do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) e da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE-GO), que, desde abril, estão realizando inspeções nesses locais e verificaram a falta de condições de trabalho, colocando risco à saúde dos profissionais e pacientes da unidade de saúde.
Na tarde de terça-feira (15), representantes do hospital se reuniram com autoridades do MPF e da SRTE para discutir o que precisa ser feito emergencialmente para garantir o funcionamento da unidade. “É necessário que os serviços que são desenvolvidos lá cumpram com as normas técnicas, procedimentos e protocolos de segurança técnica, que são descumpridos hoje”, afirma o procurador da República Ailton Benedito de Souza.
Entre os problemas do hospital, os órgãos destacam o mau acondicionamento dos medicamentos, a falta de ventilação, o mofo nas paredes, equipamentos com ferrugem ou quebrados. Segundo os órgãos, os funcionários trabalham com sapatos, luvas e roupas que não protegem do risco de contaminação.
Na época, tudo isso foi documentado em foto pelos fiscais do trabalho. Duas áreas já estão interditadas, a lavanderia e a central de esterilização. O HDT atende, exclusivamente, pacientes portadores de doenças infecciosas e dermatológicas como aids, tuberculose e meningites. Por isso, a grande preocupação dos órgãos com as normas de biossegurança.
Lixo
Atualmente, o que mais preocupa é o depósito de lixo. O Bom Dia Goiás mostrou há cerca de uma semana contêineres sem tampas cheios de sacolas sem sinalização de que no local haviam materiais infectantes.
O procurador da organização social responsável pela administração do HDT, Ricardo Ribeiro, diz que a situação não é tão grave assim. “Não existe esse problema todo como é desenhado. Oitenta por cento do problema do lixo já foi resolvido, é somente esta parte da área externa que falta resolução”.
Na próxima segunda-feira (21) haverá uma nova reunião. A Secretaria Estadual de Saúde e a Vigilância Sanitária do município também serão convocadas e será o último prazo para que a administração do hospital apresente providências em relação ao depósito de lixo. Se as medidas adotadas não forem satisfatórias, o hospital será interditado no mesmo dia.
“Ou o processo de reforma do depósito começa na semana que vem ou nós vamos fazer a interdição e vamos fechar o HDT”, diz a auditora fiscal do trabalho Jacqueline Ramos Carrijo.