Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Investigação de governadores na Lava Jato deve levar até 6 meses, diz PGR

20.04.2015
15:56
FONTE: G1

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A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, disse nesta segunda-feira (20) que a apuração sobre o envolvimento dos governadores Tião Viana (PT-AC) e Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) com o esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato deve durar até seis meses.

Os dois foram citados por delatores da Operação Lava Jato como beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Eles negam as acusações. No inquérito de Pezão, também serão investigados o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e o ex-chefe da Casa Civil Regis Fichtner.

Em depoimento dado com base em acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou ter arrecadado R$ 30 milhões como caixa dois da campanha de 2010 do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB). Os recursos teriam beneficiado também o atual governador do estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), vice de Cabral na época. De acordo com o ex-diretor, o operador dos repasses foi o então secretário da Casa Civil de Cabral, Regis Fichtner. Os três negam as acusações.

No caso do governador do Acre, Paulo Roberto Costa afirmou que R$ 300 mil foram dados como "auxílio" à campanha eleitoral de Tião Viana para o Senado em 2010. Segundo o ex-diretor, o pagamento foi feito pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal e um dos articuladores do esquema de corrupção. Viana diz que a doação foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Acre e "não tem nada de ilegal".

"Não há um prazo estabelecido em lei, mas será o prazo que as diligências necessitarem. Sobre se há prazo para conclusão, é muito temerário dizer. [...] Mas eu acho que mais de seis meses é demais. Nesses seis meses, nesse horizonte de seis meses, haverá uma manifestação de mérito - arquivamento ou denúncia", afirmou Ela Wiecko, que coordena as investigações sobre os governadores, após sessão do Conselho Superior do Ministério Público.

Ela Wiecko afirmou ainda que ainda vai analisar se pedirá que os dois governadores sejam ouvidos pela Polícia Federal - até agora eles somente se manifestarem por escrito nos inquéritos e negaram as acusações. A procuradora destacou que nesta semana deve pedir a coleta de novas provas contra os governadores, mas não deu detalhes.

"Eles [governadores] podem ser ouvidos, mas inicialmente a manifestação por escrito foi o primeiro passo. Isso não dispensa a possibilidade de pedir oitiva pessoal mais para frente."

A vice-procuradora-geral considerou ainda "prejudicial" o fato de que, caso haja denúncias por parte do Ministério Público Federal, as assembleias legislativas terão que autorizar para que os governadores sejam processados. Ela lembrou que o Supremo já validou a necessidade de aval das assembleias para ação penal contra governador.

"Nós, do Ministério Público, consideramos prejudicial. Mas infelizmente temos que trabalhar com essa realidade. [...] Mas o Supremo deixou claro que não há impedimento nenhum para investigação e nem para prisão, embora essa seja uma possibilidade remota."

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