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Jovem perde memória após acidente, mas não esquece vício em cigarro

12.04.2014
10:38
FONTE: G1

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No dia 1º de novembro de 2013, o caixa de uma casa de shows Thiago Matos voltava de moto do trabalho quando sofreu um grave acidente. Ele ficou quase um mês internado no hospital e passou 19 dias em coma. Quando saiu do coma, Thiago tinha perdido a memória, não reconhecia parte das pessoas – como a própria irmã e a avó –, mas não havia se esquecido do vício de fumar.

“Perdi a memória com o acidente. Lembro bem que eu pedia cigarro para todo mundo, depois que saí do coma. Não sabia o nome das pessoas, mas pedia cigarro”, conta o jovem morador de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.

Evidentemente, ninguém deu nenhum cigarro para Thiago. E o mês de abstinência compulsória o ajudou a abandonar o vício. Já faz cinco meses que ele não fuma.

O caixa, que hoje tem 24 anos de idade, começou a fumar muito jovem, por volta dos 10 anos. O vício começou do hábito de acender cigarros no fogão para a mãe e para a avó. “Eu não culpo minha mãe, nem minha avó, o errado fui eu. (...) Elas não deixavam, falavam para eu não fumar, mas quando vi, já estava fumando.”

Durante o período em que esteve internado, Thiago teve pneumonia e precisou ser submetido a uma traqueostomia. “Os médicos disseram que meu pulmão estava muito sujo de nicotina. Por pouco não morri. (...) Peguei pavor de acontecer de novo isso, de furar minha garganta. Nunca mais quero saber de cigarro, não quero nem sentir o cheiro”, diz.

Antes de parar de fumar, ele consumia cerca de dois maços de cigarro por dia. Thiago diz que o primeiro mês foi o mais sofrido, mas que agora já lida melhor com a situação. Ao voltar do hospital, ele jogou fora um pacote de cigarros que tinha guardado em casa. “Espero nunca cair em tentação.”

30 anos sem cigarro

A fase da tentação já foi superada pelo motorista de táxi Jorge Romão, de Navegantes, em Santa Catarina, que não coloca um cigarro na boca há 30 anos. Assim como Thiago, ele começou a fumar bastante jovem, com 12 anos, e manteve o vício até os 28 anos, quando consumia cerca de três maços por dia.

“A situação estava meio complicada, minha saúde estava muito debilitada. Para poder dormir, minha esposa ficava me abanando quase uma hora, porque eu sentia muita falta de ar. Comecei a pensar, meu pai tinha falecido aos 46 anos de idade, de ataque cardíaco. Ele era fumante, fumava três carteiras de cigarro. Baseado nisso, tomei a decisão de não fumar mais”, conta. "Eu não me dava mais três anos de vida."

Ao anunciar sua decisão para a esposa, Jorge ouviu dela que ele não conseguiria parar. “Tomei por birra de não botar mais um cigarro na boca”, diz.

No início, além de ter que superar o vício, o motorista teve também que lidar com aqueles que tentavam boicotar sua decisão. “Trabalhava com outros cinco fumantes. Eles jogavam fumaça no meu rosto para ver se eu resistia. Mas eu consegui aguentar. Difícil é, tem que ter uma força de vontade muito grande. Toda vez que me provocavam, tomava por birra, dizia: ‘não vou fumar’. Quando batia a vontade, dizia: ‘não vou fumar””, afirma.

Hoje, aos 59 anos de idade, Jorge diz que está muito bem de saúde e que pretende chegar bem mais longe. Para quem está lutando contra o vício, ele deixa um conselho: “As empresas botam um monte de produto químico que acabam atuando no nosso organismo, que acabam exigindo aquela quantidade [de nicotina]. O inimigo é forte, então o contra-ataque tem que ser forte.”

Além dos ganhos para a saúde, o fim do vício deu a Jorge a chance de praticar uma atividade da qual gosta e se orgulha muito. “Quando fumava, eu tinha muita dificuldade para cantar. Hoje, canto muito bem e faço bastante sucesso nos videokês da região.”

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