O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, negou nesta sexta-feira (5) pedido de prisão domiciliar feito pela defesa da engenheira Cristina Mautoni Marcondes, investigada na Operação Zelotes. A engenheira estava presa em casa desde outubro do ano passado, mas a prisão domiciliar foi revogada e ela passou para regime fechado no dia 15 de janeiro.
Cristina Mautoni é acusada de ser uma das principais lobistas envolvidas no suposto esquema de compra de medidas provisórias no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para pedir a revogação do regime fechado, a defesa de Cristina Mautoni antecipou o interrogatório da ré, que só ocorreria no fim da fase de instrução do processo na Justiça Federal.
Cristina Mautoni foi interrogada pelo juiz, pelo Ministério Público Federal e por advogados na última terça (2).
Durante o interrogatório, ela admitiu que pagou R$ 2,4 milhões à empresa LFT Marketing Esportivo, pertencente a um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por um trabalho de consultoria da Marcondes e Mautoni, empresa da qual é sócia, e que é alvo de investigação na Polícia Federal.
No depoimento, Cristina disse que assinava todos os contratos da empresa sem ler, e que efetuava os pagamentos a pedido do marido, Mauro Marcondes, que também está preso desde outubro do ano passado.
Ela também aproveitou a ocasião para pedir pessoalmente ao juiz para voltar para casa, porque a filha adolescente do casal está sozinha.
O juiz também determinou que Cristina Mautoni seja examinada por um médico da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, para que seja avaliada a necessidade médica de a engenheira voltar para casa, alegada pela defesa. O exame foi marcado para a próxima sexta-feira.
Prisão preventiva
O juiz negou ainda pedido de revogação da prisão preventiva para o lobista Mauro Marcondes, que também está preso desde outubro do ano passado.