Mato Grosso, 24 de Abril de 2024
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Justiça manda soltar mais dois presos da 22ª fase da Lava Jato

05.02.2016
15:34
FONTE: G1

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Os investigados que foram presos na 22ª fase da Operação Lava Jato, a publicitária Nelci Warken e Ademir Auada, devem deixar a prisão, em Curitiba, nesta sexta-feira (5). O prazo da prisão temporária deles venceu e não houve manifestação do Ministério Público Federal (MPF) ou da Polícia Federal (PF) para que eles ficassem detidos em caráter preventivo. Desta forma, o juíz Sergio Moro expediu o alvará de soltura.

A atual fase da operação investiga a abertura de offshores (empresas no exterior), em especial pela Mossack Fonseca, e a compra de apartamentos no Condomínio Solaris, construído pela OAS, para lavar dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.

Ainda são investigados Maria Mercedes Riano Quijano e Luiz Fernando Hernandez Rivero que são considerados foragidos pela Polícia Federal. A dupla é apontada pelas investigações como administradora da Mossack no Brasil.

Ao se posicionar pela soltura de Warken e Auada, o Ministério Público Federal afirmou que a publicitária colaborou com as investigações e que, por ora, não há necessidade de imposição de prisão preventiva.

Quanto a Auada, os procuradores destacaram que ele foi interrogado e confirmou atuação no ramo de assessoria e consultoria para criação e estruturação empresarial offshore.

“Ademais, identificou seus clientes e respectivas empresas internacionais a que estão vinculadas”, diz trecho da petição do MPF.

Na mesma linha, portanto, o juiz Sérgio Moro, responsáveis pelas ações penais no âmbito da Lava Jato, determinou a soltura dos investigados. "Assim e não havendo igualmente requerimentos pela prisão, devem Nelci Warken e Ademir Auada ser colocados em liberdade", diz trecho do despacho assinado por Moro.

Eles terão, porém, que respeitar algumas exigências. A dupla terá que entregar o passaporte, está proibida de deixar o país ou mudar de endereço sem autorização judicial e terão que comparecer aos autos do processo.

Além disso, Nelci Warken e Ademir Auada terão que se desvincular das atividades da Mossack e estão impedidos de manter contato com funcionários da empresa.

O advogado Alexandre Crepaldi, que representa a publicitária, avaliou que a prisão era desnecessária. "O MPF entendeu que realmente não havia mais a necessidade da prisão preventiva. E isso mostra que, desde o início, ela não tinha nenhuma ligação com esses fatos investigados na Operação Lava Jato”, afirmou.

Flavio Cardoso, advogado de Auada, disse que soltura é acertada uma vez que o cliente tem colaborado com a investigação. Ele afirmou que Auada não tem ligação com que está sem investigado na Lava Jato.

As suspeitas

Batizada de Triplo X, esta fase da operação tem como alvo suspeitos de abrir empresas offshores e contas no exterior para ocultar propina oriunda de contratos da Petrobras. Entre os crimes investigados estão corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Oitenta policiais participam da ação.

A Polícia Federal apura se a empresa Mossack Fonseca abriu offshores para esconder a propriedade de apartamentos de luxo em Guarujá, litoral de São Paulo, que eram da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) e que, em 2009, foram assumidos pela OAS – empresa já condenada por irregularidades na Petrobras. A suspeita é que as unidades teriam sido usadas para repasse de propina.

Um desses apartamentos, um triplex, está no nome offshore Murray, aberta pela Mossack Fonseca. A Murray está em nome de Elaine Pinheiro, cunhada de Nelci Warken, que se diz proprietária do apartamento.

A polícia apura indícios de fraudes na maneira como a Murray adquiriu o patrimônio. Uma linha de investigação aponta que o esquema ocultava os reais donos das offshores.

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