O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse nesta terça-feira (3) que o governo irá reabrir as discussões com a base aliada para apresentar uma nova proposta sobre o reajuste da tabela do Imposto de Renda.
A presidente Dilma Rousseff vetou uma proposta do Congresso de fixar a correção em 6,5%. O veto passará a trancar a pauta do Congresso a partir desta semana. O Palácio do Planalto já havia sinalizado que pretendia enviar uma medida provisória estabelecendo o índice de reajuste em 4,5%, mas agora vai ouvir antes as demandas dos parlamentares. Há duas semanas, a própria presidente chegou a dizer que não haveria recursos para corrigir a tabela em um índice superior a 4,5%.
Guimarães, porém, disse apenas que há espaço para negociação, mas não quis opinar sobre um possível valor. “Há espaço para negociação, mas o que vai ser eu não posso antecipar”, disse. Segundo ele, a ideia é que, quando o veto for ser discutido no Congresso, a presidente já terá apresentado uma proposta por meio de medida provisória.
A iniciativa de ouvir os parlamentares faz parte de uma estratégia do Executivo para se aproximar do Congresso e fortalecer a base governista.
Segundo Guimarães, Dilma Rousseff deve receber os líderes dos partidos aliados na Câmara até quinta-feira (5) em uma reunião para debater o atual cenário econômico e político.
Em outra frente, o Planalto também tem mobilizado ministros para explicar à base as medidas de ajuste fiscal com mudanças nas legislações previdenciárias e trabalhistas. Na quarta-feira (4), os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento) deverão se encontrar com a bancada petista para tratar sobre as propostas.