Representantes de seis partidos da oposição e da base governista fizeram nesta sexta-feira (30) um ato para firmar apoio à candidatura de Luiz Henrique (PMDB-SC) à presidência do Senado. O catarinense, que se lançou na disputa sem apoio formal da sua legenda, disse que já conta com 45 votos a seu favor. Caso os 81 senadores participem do pleito, o vencedor precisará receber no mínimo 41 votos.
O PMDB vai se reunir nesta tarde para definir o nome que receberá apoio formal da legenda. Além de Luiz Henrique, que já avisou que disputará a presidência com ou sem o aval do partido, Renan Calheiros (PMDB-AL) poderá ser candidato à reeleição.
Estiveram no gabinete de Luiz Henrique representantes do PDT, DEM, PP, PSOL, PSB, PSDB, além dos peemedebistas Ricardo Ferraço (ES) e Waldemir Moka (MS), que desde o início patrocinaram o lançamento da candidatura dissidente. Henrique destacou que, até o momento, é o único candidato lançado.
Questionado por jornalistas durante entrevista quantos votos o senador imagina ter, o candidato respondeu: “acho que por aí, 45 votos”. “Qualquer coisa superior a 41 é bom”, brincou Waldemir Moka. Para ser eleito, o presidente deverá receber a maioria simples dos votos, desde que haja presença da maioria absoluta dos senadores, que é 41.
“Pode haver uma surpresa, por ser muito mais. Tem uma premissa que temos que fazer. A candidatura do PMDB que está posta, está oficializada, é a minha. Não sei se terá outra. Eu poderei até ter todos os votos do PMDB. Há especulação de que o grande companheiro, presidente Renan Calheiros, apresentaria sua candidatura. Mas até agora não há oficialização”, completou Luiz Henrique.
Cargo para o PT
A fim de conquistar apoio de parte da bancada do PT, segunda maior do Senado, o candidato prometeu manter o cargo de 1º vice-presidente para um senador petista, mantendo, assim, o critério de proporcionalidade partidária. Os demais cargos da Mesa, segundo Henrique, ainda estão sendo debatidos com as demais legendas.
“Reservaremos a primeira vice-presidência ao PT, portanto cumpriremos no mais que for possível o princípio da proporcionalidade. Não teremos candidato a vice-presidente. O primeiro vice-presidente será um companheiro do PT”, declarou Henrique.
O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), reuniu a bancada nesta manhã e afirmou que a “tendência” do partido é apoiar o candidato oficial do PMDB.
Palácio do Planalto
Após o anúncio dos parlamentares que apoiam a sua campanha, Luiz Henrique afirmou que o Palácio do Planalto, que deverá apoiar Renan Calheiros na disputa, não precisa “temer” a candidatura dissidente. Ele negou haver um movimento por parte do governo na direção de “minar” seu nome.
O catarinense conversou por telefone com alguns ministros, como Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Eduardo Braga (Minas e Energia), Manoel Dias (Trabalho) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), e disse ter ouvido de todos que a eleição é uma questão “interna” do Senado.
“Minha presidência não é subserviente muito menos antagônica”, afirmou. “Nessa crise que estamos vivendo, não há lugar para antagonismo. Temos que ter diálogo construtivo”, completou o candidato.