Mato Grosso, 18 de Abril de 2024
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Lula diz que Dilma 'tem que ir para a rua conversar com o povo'

04.07.2015
04:43
FONTE: G1

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (3) que a presidente Dilma Rousseff "tem que ir para a rua conversar com o povo" em vez de "ficar na televisão ou na internet ouvindo os que falam mal dela". O petista, que também defendeu que ela bote "o pé na estrada", deu conselhos para sua sucessora durante fala para petroleiros.

Lula participou da 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), em Guararema (SP). Recebido ao som de “Olê, olê, olá, Lula, Lula”, o ex-presidente vestia um macacão laranja, idêntico aos dos sindicalistas, com o nome “Lula” bordado em branco no canto esquerdo.

"Eu penso que ela [Dilma] tem que priorizar andar por esse país. Ela tem que botar o pé na estrada. Ao invés de ficar na televisão ou na internet ouvindo os que falam mal dela, ela tem que ir para a rua conversar com o povo, que está torcendo e querendo que ela governe esse país da melhor maneira possível", afirmou Lula.

Para o ex-presidente, 2015 vai ser um ano difícil para o país e a presidente precisa mostrar ao povo as dificuldades e perspectivas.

"Nas horas mais difíceis não tem outra alternativa a não ser encostar a cabeça no ombro do povo e conversar com ele. Mostrar quais são as dificuldades e mostrar quais são as perspectivas. Eu acho que a gente vai ter um 2015 difícil. Todos os cenários apontam que vai ser difícil. Eu passei décadas difíceis nesse país. Quem viveu a década perdida sabe do que eu estou falando. Mas eu estou convencido que a presidenta Dilma vai ser motivo de orgulho até o final do mandato dela", completou Lula.

'Pequeno aperto' na economia

Lula também saiu em defesa do governo Dilma Rousseff e listou uma série de medidas recentemente anunciadas da chamada “agenda positiva” do governo federal, como programas de investimento na agricultura.

O ex-presidente justificou o “pequeno aperto” na economia agora para garantir o crescimento e pediu tolerância com a petista. “Ser exigente não é xingar a presidente”, declarou, criticando quem se vale do anonimato nas redes sociais para falar mal do governo. “Em 2003, não sei quantos de vocês me xingaram, mas, naquele tempo, a internet não tinha tanta força. Então, me xingaram em silêncio”, disse.

Lula disse, ainda, haver um “mau humor” contra o governo, e reiterou suas críticas à imprensa, que, para ele, só ressalta aspectos negativos. “Acho que tem gente que dá a notícia a mais negativa possível para desestabilizar o governo e criminalizar o PT”, afirmou.

O ex-presidente petista também admitiu que a situação no país não é boa, mas afirmou considerar que a atual conjuntura está melhor do que no início de seu mandato.

“Quando comparamos que a coisa não está boa, comparamos conosco, mas a gente tem que comparar com o país que nós herdamos”, afirmou. “Tenho muito orgulho de ter visto o povo brasileiro viver o seu melhor momento de autoestima. Nunca os brasileiros tiveram tanto orgulho de serem brasileiros.”

Segundo ele, a presidente Dilma tem a obsessão de trazer a inflação para o centro da meta. “Vejo críticas, e esquecem quanto era a inflação quando me entregaram o país, era de 12,5%”, disse, acrescentando que pede todo dia para que Dilma não perca a “tranquilidade”. “Eu peço a Deus todo dia para a Dilma não perder a tranquilidade. É nessas horas que a gente tem que provar por que fomos eleitos”, completou.

Redução da maioridade penal

Em seu discurso, Lula também criticou a redução da maioridade penal aprovada pela Câmara dos Deputados na madrugada desta quinta-feira (2). Ele disse que o Congresso joga “nas costas de meninos de 16 anos” o que o Estado não faz.

“O Congresso quer jogar nas costas de meninos de 16 anos a responsabilidade do que governos não fazem”, afirmou.

Na madrugada desta quinta-feira (2), a Câmara aprovou, em primeiro turno, proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz de 18 para 16 anos a idade penal para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. A aprovação ocorreu um dia após matéria de teor semelhante ser rejeitada pelo plenário.

“Será que o estado brasileiro cumpriu com as suas obrigações com os jovens de 16 e 17 anos?”, questionou Lula, para completar em seguida: “O Estado, que não cumpriu com as suas obrigações, resolve acabar com a violência colocando moleque na cadeia”, declarou. Apesar da “dívida histórica” que apontou, do país com os jovens, ele afirmou que os governos petistas "avançaram muito".

Ele reconheceu, no entanto, que a redução tem o aval da maior parte da população. “Eu sei que é um tema que, se for para plebiscito, possivelmente ganha, assim como a pena de morte”, afirmou.

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