Dario de Queiroz Galvão Filho e Guilherme Esteves de Jesus, presos por suspeita de envolvimento em crimes investigados pela Operação Lava Jato, deixaram a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, na tarde desta quinta-feira (23). Eles foram transferidos para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana, onde já estão outros dez investigados.
Os pedidos de transferência foram deferidos na segunda-feira (20). As solicitações foram feitas pela própria Polícia Federal, que alega lotação na carceragem. Além dos detidos pela Lava Jato, o local abriga outros presos de ações cotidianas dos policiais. A Justiça aceitou o pedido.
O empresário Ricardo Hoffmann, detido na 11ª fase da Lava Jato, também teve o pedido de transferência aceito pela Justiça. Contudo, a Polícia Federal ainda não definiu quando vai levá-lo a Pinhais.
As suspeitas
Dario Queiroz Galvão Filho, conforme a Polícia Federal, é sócio da Galvão Engenharia. Já assessoria de imprensa do Grupo Galvão informou que Dario Queiroz Galvão Filho é presidente da Galvão Participações, controladora do Grupo Galvão.
A Galvão Engenharia é uma das empreiteiras investigadas pela Lava Jato no esquema de corrupção da Petrobras.
A empresa é suspeita de integrar o chamado "clube" de empreiteiras que fraudava licitações da estatal, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
As irregularidades acarretaram, ainda conforme as investigações, em propina para diretores da estatal e também falsas doações a partidos políticos.
Dario Queiroz Galvão Filho é réu em uma ação penal acusado de corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Já Guilherme Esteves de Jesus é apontado pela PF como operador do esquema
Rotina no Complexo Médico-Penal
A ala que os suspeitos da Lava Jato vão ficar é destinada a receber policiais presos e detentos que possuem curso superior. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) do Paraná, os presos da Lava Jato podem interagir com outros detentos durante os banhos de sol, que devem durar uma hora. A roupa é o uniforme fornecido pelo Departamento de Execução Penal (Depen), uma calça cinza, azul ou laranja e camiseta branca.
Ao entrar na cela, os presos receberam um kit que tem, dentre outras coisas, escova de dentes e papel higiênico.
No local, é possível colocar uma televisão, mas eles não podem ter ventiladores. O acesso a livros e revistas só é possível pelo acervo da biblioteca do presídio. A alimentação também será a que é fornecida pelo Depen. Não é possível levar objetos pessoais para a unidade.