Um médico da rede pública de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, foi condenado a perda de função pública por cobrar para realizar cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por realizar abortos naquele município. Ele chegou a ser preso em 2014 por ter realizado um aborto em uma adolescente que pagou R$ 10 mil pelo ‘serviço’. O G1 tentou, mas não conseguiu localizar a defesa do médico.
Além da demissão, a sentença do juiz Wagner Plaza Machado Junior, da comarca de Barra do Garças, condenou o médico ao pagamento de dez vezes o valor do último salário recebido por ele como funcionário público. O médico era investigado pela Polícia Federal desde 2012, após denúncia do Ministério Público.
Na sentença, o magistrado também condenou o médico a perda dos direitos políticos por oito anos, pagamento de multa “por litigância de má fé e indenização à título de anos morais no valor de R$ 120 mil”.
De acordo com a ação movida contra o médico, ele negociava com pacientes e parentes deles o valor das cirurgias que são oferecidas gratuitamente pelo SUS. Segundo o MP, os valores dos procedimentos variavam de R$ 800 a R$ 3 mil.
Em 2012, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na clínica particular do médico e encontrou remédios abortivos que são proibidos no Brasil. Segundo a denúncia, os abortos eram realizados clandestinamente dentro do Hospital Municipal de Barra do Garças.
Já em 2014, o médico chegou a ser preso por perfurar o útero de uma adolescente de 13 anos durante a realização de um aborto. Após complicações, a menina teve a trompa e um dos ovários extraídos. Ele foi afastado da função, mas segundo a Justiça, continuou a trabalhar normalmente.
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