Um dos participantes de reunião no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer, ministros e parlamentares da base governista, o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou nesta segunda-feira (20), após o encontro, que o governo precisa melhorar a comunicação sobre a reforma da Previdência.
Deputados da oposição e até da base de apoio do governo têm criticado as propostas da reforma, em tramitação na Câmara, e defendido mudanças no texto original encaminhado pelo presidente Michel Temer.
Segundo a assessoria do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), 18 ministros foram chamados à reunião no Planalto. O objetivo, segundo Mendonça Filho, foi “nivelar informações”. O governo tem promovido reuniões semanais para articular a votação da reforma na Câmara.
“Temos de melhorar a comunicação. Enfatizei que, de um lado temos de colocar que o Brasil pode virar uma Grécia, o que significa uma tragédia. [...] De outra parte, também levar esperança para o povo. A reforma tem de significar esperança para os jovens e aposentados do ponto de vista de crescimento econômico”, afirmou Mendonça Filho.
De acordo com o ministro, o presidente Michel Temer pediu uma atuação de todos os ministros, especialmente dos que têm mandato parlamentar, para reforçar a necessidade da reforma no Congresso.
“Como membro do parlamento e alguém que compôs a bancada do DEM, terei mais inserção”, disse Mendonça Filho.
Na avaliação do ministro, não há espaço para grandes modificações no texto da reforma da Previdência porque isso poderia comprometer a eficácia da proposta. Segundo ele, grande parte da sociedade tem consciência de que a reforma da Previdência é “inevitável”.
Indagado sobre a aposentadoria de professores, Mendonça Filho disse que não entraria em detalhes. “Detalhes só com Roberto Carlos”, afirmou em referência à música de mesmo nome do cantor.
Após a reunião, o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), foi indagado sobre as 164 emendas [propostas de alteração do texto] apresentadas por deputados ao projeto de reforma da Previdência.
“Acho que todo parlamentar tem a obrigação de contribuir com o processo legislativo. Isso não significa dizer que está modificando na essência”, disse.