Mato Grosso, 01 de Maio de 2024
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Moradores de favela se abrigam em obra do monotrilho e pedem doações

09.09.2014
11:42
FONTE: G1

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  • Incêndio destrói Favela do Piolho, em Campo Belo, zona sul de São Paulo (SP) - GNews
Na noite desta segunda-feira (8), moradores da Favela do Piolho, que ficou destruída após incêndio que atingiu o local, na Zona Sul de São Paulo, improvisaram abrigos para dormirem. Famílias utilizaram até o canteiro de obras do monotrilho que é construído na avenida para passarem a madrugada. O pedido por doações se intensificou.

“Alimentos, roupas, fraudas, leite pras crianças que perderam tudo, roupa pra neném, mamadeiras, ia ajuda bastante”, pediu a cabeleireira Mayara Armando. Cerca de 600 famílias ficaram desabrigadas no incêndio e tiveram a maioria dos bens queimados.

Os moradores utilizaram placas para indicar locais para a população fazer as doações. Na manhã desta terça (9), eles fizeram uma tenda na Avenida Roberto Marinho para receber roupas e alimentos.

O empresário Wellington Miyagui foi até o local para ajudar. "Eu trouxe roupa, bolacha, tênis, leite, água. Coisas que talvez pra você, o mínimo que seja, pra eles talvez seja grande né", disse.

Parte dos moradores da favela foram para abrigos da Prefeitura. Porém, muitos não quiseram deixar a região. É o caso da auxiliar de limpeza Zilma Ernesto da Silva, que já perdeu a casa em três incêndios. "A gente fica um pouco com medo, com trauma. Não consigo [dormir]", disse.

Crime

O capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo, afirmou ao G1, na noite de segunda-feira (8), que há "indícios de incêndio criminoso" na Favela do Piolho.

Para Palumbo, há três indícios de que o incêndio na favela tenha sido criminoso. Segundo ele, o chamado para a ocorrência se deu às 21h de domingo e a primeira equipe chegou ao local às 21h04. "As chamas já estavam alta no interior da comunidade. Não houve tanto tempo a partir do chamado aos bombeiros para que as labaredas estivessem tão alta daquele jeito", ressaltou.

Em seguida, Palumbo destacou o comportamento de um grupo que recebeu os bombeiros com pauladas, pedradas e até disparos de arma de fogo. "Um bombeiro chegou a ser alvejado, mas não foi atingido, e o outro levou uma coronhada. Para combater o fogo, nós tínhamos de entrar na favela, porque a água evaporaria se a jogássemos de longe com as mangueiras, tal o calor. E quando eles entraram na comunidade foram recebidos por este grupo. Não me lembro de ter acontecido isso em 20 anos de corporação", disse.

Palumbo lembrou ainda que em incêndios anteriores em favelas os moradores costumam relatar incidentes corriqueiros, como panelas esquecidas no fogo, curto-circuitos e aparelhos ligados, para justificar o início dos sinistros. Segundo ele, nenhum morador se manifestou, desta vez, sobre o ocorrido.

Além disso, o comandante dos bombeiros recordou que a Polícia Militar havia prendido um suspeito de tráfico, horas antes, da Favela Alba, que fica próxima ao local. Com ele, foram apreendidos 1.698 pinos de cocaína, 1.582 papelotes de maconha, 40 comprimidos de ecstasy e R$ 52.267 reais em notas.

Nos dias 28 e 29 de agosto, reportagens do SPTV flagraram a utilização de adolescentes por traficantes para distribuir as drogas aos consumidores justamente na Rua Cristovão Pereira, onde funcionva um drive-thru de entorpecentes.

"A prisão do traficante ocorreu no mesmo local onde os bombeiros foram atacados. Tudo isso gerou uma dúvida muito grande quanto à autoria deste incêndio e fizemos uma outra avaliação da provável causa. Mas as investigações e a perícia é que vão apontar qual foi a causa real do incêndio", ressaltou Palumbo.

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