Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
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Moradores sofrem com chuva na BA; barco é usado para 'navegar' por ruas

19.12.2014
15:25
FONTE: G1

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  • Morador usa caiaque para trafegar pelas ruas de Taperoá
A chuva tem causado prejuízos aos moradores do sul, sudoeste e Baixo Sul do estado. Durante a madrugada desta sexta-feira (19) choveu fraco na maioria das cidades da região, mas a frente fria está estacionada e a previsão é de chuva forte ao longo do dia. O nível do rio Cachoeira, em Itabuna, a 320 quilômetros de Salvador, está bastante elevado e, como consequência disso, na quinta-feira (18), aproximadamente 12 famílias que moram próximo a ele foram retiradas com a ajuda do Corpo de Bombeiros, pois as casas já estavam totalmente tomadas pela água.

O Governo da Bahia decretou estado de emergência em 16 municípios da região do Baixo Sul devido aos danos provocados pelas fortes chuvas que atingiram as cidades nos últimos dias, informou a Casa Civil. O decreto foi publicado na edição desta sexta-feira do Diário Oficial do Estado. Os municípios que tiveram situação de emergência decretada foram Presidente Tancredo Neves, Laje, Igrapiúna, Ituberá, Ipiaú, Nilo Peçanha, Ubatã, Cairu, Camamu, Valença, Teolândia, Taperoá, Aurelino Leal, Maraú, Ibirapitanga e Barra do Rocha.

Em Taperoá, região conhecida pela grande produção de guaraná, no baixo sul do estado, um morador utilizou um caiaque para 'navegar' pelas ruas da cidade. Após a chuva forte da tarde de quinta-feira (18), o município ainda sofre os efeitos do temporal. O rio transbordou e a correnteza passou por cima da estrada deixando os moradores do povoado de Camuruji ilhados. Na cidade, ruas também ficaram alagadas.

Itabuna e Ilhéus
Em Ilhéus e Itabuna, na região sul da Bahia, dezenas de famílias estão desabrigadas. Por causa da chuva, as cidades alagaram e teve até deslizamento de terras. A chuva forte deixou ruas debaixo de água em Itabuna. No bairro Novo São Caetano, várias casas ficaram alagadas. Na Baixa Fria, no bairro Nova Itabuna, as ruas ficaram totalmente inundadas. Houve deslizamento de terra no bairro Novo Horizonte.

Na rua Monte Alto, no bairro de Fátima, uma árvore caiu, interditando o local. No final da Avenida Ilhéus, um poste foi derrubado por um carro. No bairro São Roque, a água de um córrego subiu rápido. Teve gente que precisou usar baldes para retirar a água. “Perdi cama, perdi móveis, perdi tudo. A gente não está aguentando mais esse sofrimento da gente”, disse a dona de casa Luana dos Santos. Segundo a Defesa Civil, 15 famílias do bairro São Roque foram para casa de parentes. Apenas uma pessoa que não tinha para onde ir foi levada para a escola Baraúna.

Em Ilhéus, os moradores das áreas de risco estão assustados. Na Avenida Princesa Isabel, a terra deslizou no quintal de várias casas. “A gente está correndo muito risco com essa queda de barranco. As casas que ficam em cima podem desabar a qualquer momento”, disse a merendeira Maria de Fátima Silva. No Alto do Basílio, José Raimundo Lourenço está na casa de vizinhos desde a noite da última sexta-feira, dia 12 dezembro, quando a varanda da casa dele desabou. “Entrou muita terra e barro e corre o risco de desabar a qualquer momento”, disse o ajudante de depósito.

Também no Alto do Basílio, a chuva causou estragos em pelo menos três casas. Os moradores precisaram tirar muita terra que cedeu no quintal. Luana mora com o marido e os três filhos pequenos e precisou correr para não ser soterrada. “Eu estava lavando os pratos, aí daqui a pouco eu vi uma pedra caindo aqui na minha cabeça e quando eu olhei eu vi um monte de barro descendo e eu saí correndo”, contou.

Na casa da vizinha de Luana, um barranco deslizou na casa de Dona Joelma. Além disso, um pedaço de madeira foi utilizado para colocar na parede e evitar que a estrutura caísse. “Estou trabalhando aqui com muita tensão, enchendo os carros de mão, afastando [a terra], porque o risco é grande”, disse Márcio Gomes. Desde terça-feira (16), a Defesa Civil registrou na cidade, vários pontos de alagamento e deslizamentos de terra em 12 bairros. Pelo menos 10 famílias estão desalojadas.

“A prefeitura tem disponibilizado, através da ação social, a questão da cesta básica, e a gente orienta que ela procure casas de parentes, porque infelizmente o município não dispõe dos recursos para poder bancar a quantidade maior de auxílio-aluguel. O município pleiteou recursos para o auxílio-aluguel e mais para as obras de reconstrução e também de prevenção”, conclui Ednaldo Azevedo, coordenador da Defesa Civil de Ilhéus.

Ainda em Itabuna, seis famílias que moravam em um córrego afluente do rio Cachoeira também foram retiradas de casa porque foram surpreendidas pela subida rápida do rio Água Branca. A situação é de riscos, principalmente para quem mora em áreas de encostas e próximas a rios.

Estragos
As chuvas também provocaram estragos nas estradas da região. Na BA-001, entre Serra Grande e Itacaré, área turística do estado, o trânsito está interrompido para veículos pesados porque uma erosão tornou o tráfego perigoso na rodovia.

Na BR-030, próximo a Barra Grande, de Maraú, o tráfego também está interrompido para todos os carros porque houve um desmoronamento. Já em Brumado, na região sudoeste, a enxurrada arrastou as pedras do calçamento. A parede de uma casa caiu sobre um carro, mas ninguém se feriu.

No Baixo Sul, a força da correnteza que corta a cidade de Igrapiúna invadiu várias casas e a delegacia. Na cidade de Camamu, o rio transbordou. Em Tancredo Neves, na mesma região, uma mulher ficou ilhada em um quiosque e teve que ser resgatada de helicóptero. O nível do rio subiu rápido e pegou a mulher de surpresa. Em Ituberá, as imagens do rio que passa pela cidade impressionam. Na cidade, a ponte que fica na BA-001 desabou na última quarta-feira (17).

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