Mato Grosso, 29 de Março de 2024
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Moro concede prisão domiciliar temporária a executivo da Odebrecht

15.06.2016
16:53
FONTE: G1

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Por motivos médicos, o executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho cumprirá, temporariamente, a prisão preventiva em casa, usando tornozeleira eletrônica. Ele foi preso em março deste ano, na 26ª fase da Operação Lava Jato. O despacho é desta quarta-feira (15) e foi assinado pelo juiz Sérgio Moro.

A defesa havia pedido a revogação da prisão preventiva (por tempo indeterminado) devido aos problemas de saúde de Hilberto.

Em 2009, ele passou por uma cirurgia para ressecar um tumor no cérebro. À época, ele fez tratamento quimioterápico e radioterápico.

Além disso, em 2004, Hilberto foi submetido a uma cirurgia cardíaca e, em 2012, a uma nova intervenção cirúrgica craniana para evacuar um hematoma.

Sendo assim, segundo Moro, o acusado necessita "de um acompanhamento especial em decorrência delas [cirurgias]".

Por outro lado, ainda de acordo com Moro, "não é o caso de revogação da preventiva" e que é "pertinente a concessão do benefício da prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, até pelo menos a prolação da sentença".

Hilberto está preso no Complexo Médico-Penal (CMP), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e deve deixar o local ainda nesta semana.

À época da prisão, a Odebrecht informou, por meio de nota, que tem prestado todo o auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários.

26ª fase

A força-tarefa da Lava Jato afirma que a Odebrecht tinha uma estrutura profissional de pagamento de propina em dinheiro no Brasil. A empresa, ainda conforme a investigação, tinha funcionários dedicados a uma espécie de contabilidade paralela que visava pagamentos ilícitos.

A área era chamada de "Setor de Operações Estruturadas", da qual Hilberto fazia parte, conforme as investigações.

O Ministério Público Federal (MPF) afirma que os pagamentos feitos pela Odebrecht estão atrelados a diversas obras e serviços federais e também a governos estaduais e municipais. Dentre elas está a construção da Arena Corinthians, segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.

A estimativa é de, ao menos, R$ 66 milhões em propina distribuída entre 25 a 30 pessoas. Este valor, segundo a Polícia Federal (PF), estava disponível em apenas uma das contas identificada como pertecente à contabilidade paralela da empresa.

Além do estádio, a operação também investiga irregularidades no Canal do Sertão, na Supervias, no Aeroporto de Goiânia e na Trensurb, do Rio Grande do Sul.

“Se chegou a observar R$ 9 milhões de um dia para outro em dinheiro em espécie”, disse a procuradora do Ministério Público Federal (MPF) Laura Gonçalves Tesser. Os pagamentos ilegais ocorreram já com mais de um ano da Lava Jato em curso.

A fase teve como base os depoimentos de colaboração de Maria Lúcia Tavares, que trabalhava no setor da contabilidade paralela. Ela detalhou aos investigadores o funcionamento dos trabalhos.

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