Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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MPF pede redução de pena para o doleiro Youssef no caso Banestado

26.03.2015
10:28
FONTE: G1

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  • Doleiro Alberto Youssef, foi figura central no caso que investigou fraude no Banestado
O Ministério Público Federal entrou com um pedido na Justiça Federal para que o doleiro Alberto Youssef seja beneficiado nos processos a que responde no caso Banestado. O homem que hoje é um dos principais delatores da Operação Lava Jato, que investiga, entre outras coisas, desvios de dinheiro da Petrobras, foi apontado como operador de um esquema de desvio de dinheiro do antigo Banco do Estado do Paraná, no fim dos anos 1990.

Ao ser preso em março de 2014, no início da Operação Lava Jato, Youssef voltou a responder os processos do caso Banestado. Em 2003, ele havia feito um acordo de delação premiada e passou dois anos e meio preso. Em troca da redução de pena, o doleiro entregou à Justiça detalhes sobre o funcionamento do esquema no banco estatal. Em contrapartida, ficou proibido de cometer novos crimes contra o sistema financeiro, entre eles, lavagem de dinheiro, sob o risco de, além de novos processos, voltar a responder pelos antigos.

No documento encaminhado à Justiça Federal, os procuradores consideram que a colaboração de Youssef na Operação Lava Jato. Segundo o MPF, Youssef foi um dos operadores de um sistema de corrupção e lavagem de dinheiro que envolvia empreiteiras, funcionários da Petrobras e políticos, que recebiam propinas para que as empresas fechassem contratos com a estatal. De acordo com as investigações, os valores serviam para abastecer os caixas de partidos da base aliada do governo. Youssef decidiu colaborar com a Justiça nas investigações da Lava Jato após ficar vários meses preso. Há um ano, ele está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

Ainda em 2014, Youssef foi condenado em um dos processos a que respondia no caso Banestado. Na ocasião, a Justiça Federal o condenou a quatro anos e quatro meses de prisão, pelos crimes de corrupção ativa e gestão fraudulenta de instituição financeira. O advogado Tracy Reinaldet, que integra a defesa do doleiro na Lava Jato, já havia adiantado ao G1, em janeiro, que o acordo de delação premiada da Lava Jato o beneficiaria também no caso Banestado.

Para os procuradores, a colaboração do doleiro na Lava Jato trouxe elementos que podem ser considerados para uma revisão das penas que ele responde no caso Banestado. "Logo, Youssef faz jus à diminuição da pena em virtude de sua colaboração para o esclarecimento de diversos outros fatos, cujas declarações foram prestadas perante a Polícia Federal, bem como em vista do conteúdo de seu interrogatório judicial colhido nos autos da ação penal nº 502621282-2014/13ªVF, em que esclareceu diversos fatos relevantes para o entendimento e apuração dos fatos", dizem os procuradores no texto.

O documento do MPF, encaminhado à Justiça Federal no dia 20 de março, ainda precisa ser analisado pelo juiz federal Sérgio Moro, que, além da Lava Jato, também era o juiz titular do caso Banestado. Até esta quarta-feira (25) ainda não havia nenhuma manifestação da Justiça a respeito do documento dos procuradores.

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