Mais de 500 trabalhadores da Agro Serra – uma das maiores produtoras de cana de açúcar do Maranhão – entraram em acordo com a empresa sucroalcooleira e receberam todas as verbas rescisórias. As negociações foram conduzidas pelo Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA) na semana passada. O valor pago ultrapassou 2 milhões de reais.
Os trabalhadores chegaram a paralisar as atividades para reivindicar o pagamento de salários atrasados. A entrada da fazenda, instalada na cidade de São Raimundo das Mangabeiras, chegou a ser interditada pelos operários.
Para mediar as negociações, o MPT-MA destacou as procuradoras Virgínia de Azevedo Neves e Adriana Candeira, das Procuradorias de São Luís e Imperatriz. Na operação, elas tiveram o apoio das polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar, além do Ministério do Trabalho e Emprego.
Durante as negociações, as procuradoras realizaram uma audiência fechada com representantes da empresa e quatro trabalhadores. Nesse encontro, foi calculado o que cada empregado tinha direito de receber. Em seguida, foram feitas reuniões com os demais operários – divididos em grupos de 50 pessoas – para explicar detalhadamente a situação.
A conversa com os grupos de trabalhadores ocorreu fora das dependências da empresa. “A negociação foi difícil porque não havia um líder entre eles. O clima era tenso. Tivemos que ficar a 200 metros de distância do portão principal, por questão de segurança. A polícia fez um cordão de isolamento para podermos conversar com eles”, explicou Adriana Candeira.
No final, todos os trabalhadores aceitaram o acordo. Foram necessários 12 ônibus para transportá-los da fazenda até a sede administrativa, na cidade de Balsas – local escolhido para a rescisão dos contratos e o pagamento das verbas trabalhistas. Cada empregado recebeu cerca de 3 mil reais. As rescisões foram concluídas na sexta-feira, 21 de março.
“Foi uma das maiores operações que realizamos pelo MPT no Maranhão. O resultado foi fantástico. Eles entenderam o nosso papel”, comentou a procuradora Virgínia Neves. “Foi muito gratificante conquistar a confiança deles e resolver o impasse. Ver os trabalhadores voltando para casa com os direitos garantidos foi gratificante”, acrescentou Adriana.
Após assinar a rescisão e receber as verbas trabalhistas, os operários voltaram para suas respectivas cidades de origem, como Colinas, Mirador, Passagem Franca, São João dos Patos, São Raimundo das Mangabeiras, entre outras. O transporte foi fornecido pela empresa.
Entenda o caso
Os homens foram contratados pela Agro Serra no dia 7 de fevereiro. No entanto, eles só começaram a trabalhar no dia 6 de março. O impasse começou quando eles foram informados que só seriam pagos pelo trabalho exercido a partir do dia 6 de março.
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