Em Natal, uma mulher morreu à espera de socorro enquanto seis ambulâncias estavam paradas na porta de um pronto socorro. A família ligou 14 vezes, mas não conseguiu ajuda do Samu.
A mulher de 67 anos teve uma parada cardíaca no posto de saúde e precisava ser transferida para um hospital. Os parentes telefonaram diversas vezes, mas a resposta da central era sempre a mesma.
A filha da idosa estava desesperada. "Quando a ambulância chegar ela está é morta", disse Vera Neide Lima.
Duas horas depois do primeiro pedido, a ambulância chegou, mas Maria Alves de Lima já tinha morrido.
"Acredito que se tivesse tido um atendimento de suporte avançado, ela teria mais chances", avaliou Patrícia Campos, médica que atendeu a paciente.
Enquanto a central do Samu registrava o pedido de socorro, seis ambulâncias, entre elas duas UTIs, permaneciam estacionadas em frente a outro hospital. As macas estavam lá dentro, ocupadas por pacientes.
Não é a primeira vez que macas do Samu ficam presas em hospitais do Rio Grande do Norte. Desde julho o Bom Dia Brasil tem mostrado ambulâncias paradas na porta do maior pronto socorro de Natal.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, as macas ficam presas no hospital porque os pacientes chegam em estado muito grave e não podem ser retirados da maca imediatamente. Mas médicos ouvidos pelo Bom Dia Brasil contestaram a explicação, afirmando que pacientes em estado grave devem ser retirados imediatamente das macas e receber atendimento adequado do hospital.
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