Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Obras de arte da Lava Jato adquiridas com propina ficavam em galerias

04.08.2015
11:06
FONTE: G1

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  • Compra de obras de arte pod eser uma forma de 'lavar' dinheiro de propina, segundo a Polícia Federal
Cerca de 20 obras de arte foram apreendidas em três galerias do Rio de Janeiro durante a 17ª fase da Operação Lava Jato deflagrada pela Polícia Federal (PF) na segunda-feira (3). As obras, segundo as investigações, foram adquiridas com dinheiro oriundo de propina e estavam em galerias especializadas para não levantar suspeitas.

Esta última etapa da Lava Jato prendeu oito pessoas, entre elas o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Neste momento, o foco da investigação está em contratos entre a Petrobras e empresas terceirizadas.

Conforme o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Carlos Fernando Lima, as empresas prestadoras de serviços eram contratadas pela Diretoria de Serviços, que à época era comandada por Renato Duque, e pagavam uma prestação mensal, por meio de Milton Pascowitch, para o ex-ministro José Dirceu. Duque, segundo as investigações, foi indicado para o cargo por Dirceu.

A aquisição de obras artísticas, segundo os investigadores, é um mecanismo para se lavar o dinheiro vindo do esquema criminoso de fraude, corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras.

A prática foi narrada pelo empresário Milton Pascowitch, que é um dos delatores da Lava Jato.

Em depoimento ao Ministério Público Federal, Pascowitch mencionou que comprou uma obra do pintor Guignard por 380 mil dólares para Duque. A obra, conforme o depoimento, foi escolhida pelo ex-diretor da Petrobras.

Pascowitch afirmou que o dinheiro para a compra da obra foi obtido a partir de contrato entre a Engevix e a Jamp referente às obras dos cascos, realizada pela Enegvix junto à Petrobras.

"QUE o valor pago pelo quadro foi abatido do contrato mantido entre a ENGEVIX e a JAMP e ENGEVIX e a MJP ENGINEERING AND CONSULTING LLC , vinculado diretamente às obras dos cascos, realizada pela ENGEVIX junto à PETROBRAS", diz trecho da delação.

Tanto a Jamp quanto a MJP Engineering and Consultinh LLC pertencem aos irmãos e delatores da operação Milton Pascowitch e Adolfo José Adolfo Pascowitch.

Há ainda a compra de uma escultura de Frans Krajcberg no valor de R$ 220 mil. Da mesma forma, Duque teria orientado Pascowitch a adquirir a obra em um leilão.

“QUE a obra foi faturada em nome do declarante e entregue na residência do mesmo no RIO DE JANEIRO/RJ, onde foi retirada por RENATO DUQUE; QUE o valor pago foi deduzido dos valores devidos a RENATO DUQUE em razão dos “comissionamentos” pelas obras no âmbito da Diretoria de Serviços, notadamente o contrato entre ENGEVIX x PETROBRAS”, diz trecho da delação.

Procurada pela G1, a Engevix informou que está prestando os esclarecimentos necessários à Justiça.

Outras 200 obras

De acordo com a Polícia Federal, estas novas obras apreendidas devem se juntas as outras 200 apreendidas durante todas as fases deflagradas pela Operação Lava Jato.

Todas estão sob custódia do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. O MON ficará responsável pelo material até que a Justiça Federal defina um destino para o acervo.

As obras são de artistas renomados como Amílcar de Castro, Salvador Dalí, Pedro Motta, Vik Muniz, Miguel Rio Branco, Sérgio Sister, Romero Britto, Di Cavalcanti, Gerardenghi, Gomide, Heitor dos Prazeres, Iberê Camargo, Mario Gruber, entre outros.

Algumas destas obras estão expostas ao público.

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