Depois de esperar quase um mês no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoapor uma cirurgia no fêmur, o músico Everaldo Fernandes decidiu ir para casa. Ele foi atropelado e fraturou o colo do fêmur ainda em março.
“Eu fiz uma escolha e era a única que eu tinha para fazer. Ou eu saia com o fêmur fraturado, sem cirurgia, depois de tanta espera, ou não teria mais o meu psicológico em ordem para cuidar dos meus filhos menores, da minha vida aqui fora”, justificou.
Everaldo explicou que quando chegou no hospital, um equipamento estava quebrado e faltava material para realizar a cirurgia. Ele não suportou o confinamento e chamou a família para levá-lo para casa, mesmo com a perna quebrada.
Segundo a assessoria do Trauma, a cirugia já estava agendada quando Everaldo assinou a alta e a prótese que ele precisa já chegou. A assessoria ainda disse que ele pode procurar a direção para ser interno novamente e fazer a cirurgia, mas ainda não há data definida.
“Inválido. É como eu me sinto. Os filhos não podem falar um pouco mais alto porque eu não tenho estrutura emocional para ouvir. Mas eu tenho fé que vão me chamar e, dessa vez, vão fazer um trabalho direto”, comentou Everaldo.
O ortopedista Felipe Sena explicou que fraturas de colo de fêmur só podem ser resolvidas com cirurgia e que o procedimento deve ser feito o mais rápido possível para evitar a calcificação.
“O organismo vai tentar consolidar, colar essa fratura, e não vai conseguir. E quando consegue, consolida errado, é o que a gente chama de consolidação viciosa. Para fazer o tratamento em cima desse problema é muito mais difícil do que seria se nós operássemos ou fizéssemos o tratamento mais precoce”, disse.
O acidente
Everaldo conta que foi atropelado na calçada da Avenida Mar Vermelho, no bairro de Intermares, em Cabedelo. “Eu observei que o motorista estava perdendo o sentido da pista, pendendo para o lado da calçada. Quando eu vi que ele não estava olhando para a frente, eu tentei pular, mas ele bateu acelerando, nao tive como escapar”, relatou.
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