Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Presidente da Shell diz que petroleira analisa 'riscos' na extração do pré-sal

23.04.2015
15:39
FONTE: G1

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O presidente mundial da Shell, Bem van Beurden, afirmou nesta quinta-feira (23), após se reunir no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, que ele analisa os eventuais “riscos” para a empresa na exploração, ao lado da Petrobras, do petróleo da camada do pré-sal no Campo de Libra, na Bacia de Campos (RJ e ES). Segundo ele, o receio se deve às sucessivas denúncias de irregularidades envolvendo a estatal do petróleo reveladas na Operação Lava Jato.

Além da Shell e da Petrobras, compõem o consórcio do Campo de Libra – a maior reserva de petróleo conhecida do Brasil – as multinacionais Total, CNPC e CNOOC. Libra fica na Bacia de Santos, a 170 km do litoral do estado do Rio de Janeiro. Tem cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados – a maior área de exploração do mundo, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).

“É óbvio que, dada a forma como o escândalo [na Petrobras] se desdobrou, temos, por isso, examinado com muita atenção, muito nitidamente, os riscos para o projeto de Libra e também para outros projetos no Brasil”, disse van Beurden no Palácio do Planalto.

Alvo de um esquema de corrupção que cobrava propina de fornecedores, a Petrobras perdeu valor de mercado desde que as denúncias vieram à tona no ano passado. As suspeitas de irregularidades provocaram a troca da cúpula da empresa e motivaram fundos de investimentos dos Estados Unidos e da Europa a ingressarem na Justiça para reivindicar indenizações em razão de supostos prejuízos causados aos investidores da Petrobras. Somente nos Estados Unidos já foram registradas pelo menos 11 ações coletivas contra a estatal.

Segundo o presidente da Shell, o encontro com a presidente Dilma serviu para que ele a informasse sobre os planos da empresa no Brasil, a “confiança” da companhia no país e a “reafirmação” do “forte interesse” da multinacional em investir a longo prazo no Brasil.

Balanço

Ao final da audiência com a presidente da República, o dirigente da Shell também comentou a divulgação do balanço de 2014 da Petrobras, feito nesta quarta (22). Bem van Beurden disse ser “claro” que as notícias sobre o resultado são “desconfortáveis”

O executivo ressaltou, no entanto, que a Shell tem trabalhado “por uma longa data” com a Petrobras e classificou a estatal brasileira como uma “empresa muitíssimo competente”.

Conforme o balanço, a Petrobras perdeu R$ 6,2 bilhões com o esquema de corrupção descoberto na Operação Lava Jato. O prejuízo total em 2014 foi estipulado em R$ 21,6 bilhões, o pior resultado desde 1991.
“Eu, pessoalmente, tenho 100% de certeza que a Petrobras sairá do atual episódio e entendo que ela sairá mais forte como empresa no futuro. E isso é um elemento de consideração muito importante quando fechamos o negócio [de exploração do Campo de Libra], o que nos posicionará como parceira-líder da Petrobras por muitas décadas que ainda virão”, completou.

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