Mato Grosso, 16 de Abril de 2024
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Preso, André Vargas depõe na Polícia Federal sobre suspeitas da Lava Jato

17.04.2015
10:49
FONTE: G1

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  • Os ex-deputados federais André Vargas e Luiz Argôlo foram presos na Lava Jato
O ex-deputado André Vargas (sem partido) prestou depoimento na Polícia Federal (PF), em Curitiba, na noite de quinta-feira (16), de acordo com a assessoria de impresa da PF.

Vargas foi preso na 11ª fase da Operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro.

O foco da 11ª fase, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Polícia Federal (PF), foi fraude em contratos de publicidade firmados pelo Ministério da Saúde e pela Caixa Econômica Federal (CEF). Ao todo, sete pessoas foram detidas.

Também foram presos naquela fase o ex-deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) e o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), já condenado no processo do Mensalão. Corrêa deve ser ouvido nesta sexta-feira (17), também de acordo com a Polícia Federal.

Segundo a investigação, uma agência de publicidade, dirigida por um dos presos da 11ª fase, era contratada pela Caixa Econômica Federal e pelo Ministério da Saúde. Esta agência fazia subcontratações de fornecedoras de materiais publicitários que eram de fachadas e tinham como sócios André Vargas e o irmão dele, Leon Vargas.

O irmão de Vargas também chegou a ser preso e foi liberado com o fim do prazo da prisão temporária.

Durante mais de sete horas, Argôlo respondeu aos questionamentos dos delegados federais.

O ex-parlamentar é suspeito de receber entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões do doleiro Alberto Youssef – apontado pela investigação como o líder do esquema que desviava dinheiro da Petrobras. Ele deve ser ouvido novamente, contudo, ainda não há uma ata marcada.

“Na medida do possível, o que ele puder esclarecer dos fatos que ele tiver conhecimento, ele pretende esclarecer”, disse o advogado que representa Argôlo, Omar Elias Geha. O advogado disse ainda que o ex-deputado nega qualquer participação com o doleiro e desconhece qualquer fato relacionado à Petrobras.

Conforme a Polícia Federal, em determinado momento, Vargas e Argôlo foram ouvidos simultaneamente. Eles estavam em salas separadas e eram ouvidos por delegados federais distintos.

Suspeitas

André Vargas teve o nome citado na Lava Jato quando se tornou pública, em 2014, a informação de que ele usou um avião alugado pelo doleiro Alberto Youssef.

Mais tarde, veio a público também a denúncia de que Vargas havia feito tráfico de influência no Ministério da Saúde a favor de uma empresa que teria ligação com Youssef, o Labogen.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que não firmou contrato com o Labogen. "Em 2013, ao tomar conhecimento do relatório da Polícia Federal sobre a Operação Lava Jato, o Ministério imediatamente suspendeu o termo de compromisso selado com o Laboratório da Marinha, antes mesmo da assinatura de contrato ou de qualquer repasse de recursos públicos", diz o texto.

Depois das denúncias, Vargas renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara e se desfiliou do PT. Em dezembro de 2014, o plenário votou pela cassação dele.

Na sexta-feira (10), o ex-deputado foi detido na casa dele em um condomínio de alto padrão de Londrina, no norte do Paraná.

A acusação que recai sobre o ex-deputado Pedro Corrêa, já condenado na ação penal do mensalão, é de que ele tenha recebido valores diretamente de Alberto Yousseff. A investigação descobriu também uma variação patrimonial sem cobertura, ou seja, sem renda compatível.

Quanto a Argôlo, a suspeita é de emissão fraudulenta de notas e ele também é sócio de Youssef em algumas empresas de fachada.

Respostas dos órgãos

Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que abrirá apuração interna para averiguar os fatos revelados pela Polícia Federal nas investigação da Operação Lava Jato.

"A Caixa reitera que colaborará integralmente com as investigações e informa que encaminhará imediatamente todos os contratos relacionados às empresas citadas à Controladoria Geral da União, Polícia Federal e Ministério Público", diz o texto completo.

Em nota, o Ministério da Saúde diz que "os contratos para a realização de campanhas de utilidade pública cumprem todos os requisitos exigidos na legislação de licitação". A pasta diz que a última concorrência pública ocorreu em 2010 e selecionou quatro agências. "A partir das informações reveladas pela Polícia Federal nesta manhã, o Ministério da Saúde abriu apuração interna para analisar as denúncias de irregularidades e avaliar as medidas cabíveis", diz o texto.

O ministério afirma ainda que as informações dos contratos, do período investigado, serão encaminhados para Controladoria Geral da União e PF e ficarão à disposição de outros órgãos de controle, como Tribunal de Contas da União e Ministério Público.

11ª fase

Além dos mandados de prisão, 16 de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça. Até as 11h30, apenas dois ainda não tinham sido cumpridos. Nove mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar depoimento, também foram cumpridos nesta manhã.

Esta fase da operação foi batizada de "A Origem". O nome, segundo a PF,  se deu em virtude do cumprimento de dois mandados em Londrina, cidade onde morava Alberto Youssef e onde iniciaram as investigações da Lava Jato. Segundo o Ministério Público Federal, o doleiro Youssef é ponto em comum nas investigações.

"Em resumo, a 11ª fase abrange três grupos vinculados a ex-agentes políticos. Em alguns casos já existiam investigações em andamento aqui em Curitiba", disse o delegado Márcio Ancelmo Lemos.

Depois deste momento, a polícia ainda deflagrou a 12ª fase da Operação Lava Jato, que prendeu o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto. Ele é suspeito de utilizar uma gráfica para arrecadas ilegalmente dinheiro para campanha, por meio de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras.

 Além disso, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam movimentações financeiras supeitas em conta bancárias de familiares de Vaccari.

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