Rapaz vê o próprio violão à venda na web 2 h após ter casa furtada

Duas horas depois de ter a casa invadida e objetos pessoais furtados, um auxiliar de cinegrafia de Brasília encontrou seu violão anunciado por R$ 100 em um site de vendas. O crime aconteceu no final de semana, na região administrativa de Vicente Pires, enquanto ele estava no trabalho. Uma vizinha ligou para ele avisando que a residência estava revirada e com a porta arrombada.

“Reconheci logo de cara, porque tinha acabado de reformar meu violão, fazia duas semanas, então havia dois parafusos que ajudaram a perceber que era meu violão”, disse a vítima de 22 anos.

O equipamento foi comprado em 2007 por R$ 290 e foi o instrumento no qual o rapaz aprendeu a tocar. Os reparos custaram R$ 80. Além do violão, três computadores portáteis – dois eram de clientes – e uma televisão de 32 polegadas também foram levados. O prejuízo foi calculado em R$ 4 mil.

Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso pelo crime. A perícia também ainda não tinha sido realizada, e um aviso no link do site de vendas apontava para a retirada do anúncio. Uma das possibilidades é de que o instrumento já tenha sido comercializado.

“Foi estranho ver como estava meu quarto. Me pareceu que estavam procurando algo. Até gavetas de roupas, tudo foi mexido. Pegaram até um vinho que estava na geladeira”, conta. O rapaz mora no condomínio há seis meses. Ele está há três anos em Vicente Pires.

“Estranhei também eles terem entrado logo na minha casa, que é a última do condomínio, que tem seis casas. Além disso, meu horário é flexível, achei estranho terem ido logo quando estava fora de casa”, afirma.

Segundo o rapaz, um vizinho viu o ladrão caminhando supostamente com a televisão. “Esse vizinho me disse que chegou a acompanhar o suspeito e que o questionou de como tinha conseguido sair do condomínio. A pessoa foi desconversando e o meu vizinho deixou para lá. Ele pediu que uma outra vizinha fosse à minha casa. Foi então que fiquei sabendo do furto.”

A chateação do auxiliar de cinegrafia aumentou quando ele esteve na 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) para prestar queixa. “Quando cheguei lá, fiz a ocorrência e esperava reaver os meus pertences, uma vez que no anúncio do site tinha o contato do cara, nome e tudo mais. Disseram que não havia contingente no momento para ir atrás do suspeito e que não poderiam fazer nada naquela hora.”

A Polícia Civil afirmou que os investigadores chegaram a fazer contato telefônico com o número informado no anúncio e tentaram conseguir o endereço do vendedor, sem sucesso. Os dados foram passados para a investigação, que segue na 38ª DP. A corporação disse ainda que, devido à falta de efetivo da equipe que a perícia na casa da vítima ficou marcada para a manhã desta segunda-feira (27).

Desde então, o rapaz passou os dias posteriores ao furto na casa dos pais e de amigos. “Não posso pisar na minha casa, porque a polícia ficou de fazer a perícia e ainda não fez. Estou o final de semana inteiro sem entrar lá.”