Mato Grosso, 29 de Março de 2024
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Sofia se recupera após cirurgia no coração e é carregada por médico

29.07.2014
10:32
FONTE: G1

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A pequena Sofia Gonçalves de Lacerda se recupera após uma cirurgia para corrigir um supro no coração feita há mais de uma semana no Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, onde está internada há quase um mês. Na quarta-feira (23), o bebê de seis meses recebeu a visita o médico brasileiro responsável pelo transplante multivisceral o qual a menina será submetida.

De acordo com a publicação na página da rede social usada para conseguir fundos para o tratamento da criança, o médico Rodrigo Vianna segurou a menina no colo. No post, a mãe da menina, Patrícia de Lacerda, escreve na terceira pessoa e diz que Sofia não chorou ao ser segurada. “Hoje meu ‘tio’ Rodrigo Vianna me pegou no colo e eu me senti tão segura que nem chorei, pois sei que Deus ira usar as mãos dele para me curar. Minha mamãe sempre fala isso para mim”, diz a postagem.

Ao G1, o médico responsável pelo tratamento de Sofia nos EUA afirma que a menina está melhor a cada dia e que todos os seus exames clínicos apontam resultados normais. Além disso, alterações são feitas na alimentação da menina, o que propicia uma evolução no quadro de saúde do bebê. Conforme os procedimentos do hospital, a menina já pode ficar sem a nutrição parenteral por algumas horas e também já é autorizada a sair do hospital para fazer pequenos passeios com a mãe.

“A nossa expectativa é que ela saia do quarto do hospital e seja levada para um apartamento adaptado para esperar a cirurgia, mas isso ainda não tem prazo”, explica Rodrigo. O transplante multivisceral está previsto para ser realizado nos próximos seis meses nos EUA.

Na semana passada, Patrícia divulgou um vídeo com pouco mais de um minuto de duração onde, com um ursinho de pelúcia, arranca gargalhadas da menina com brincadeiras. Outras publicações também mostram o primeiro passeio de Sofia nos jardins do hospital, além da primeira vez em que tomou água pela boca.

Mobilização nacional

O drama de Sofia começou assim que a família descobriu a doença. Para sobreviver, a menina precisa de um transplante de seis órgãos (estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado, intestino grosso e, provavelmente, um dos rins), que custa mais de R$ 2 milhões. Desde que nasceu ela já passou por três cirurgias, mas ainda necessita de atendimento especializado, que só é feito nos Estados Unidos.

Quando descobriu a doença, a família pediu ajuda financeira de todas as formas para conseguir uma viagem até os EUA. A campanha foi intitulada "Ajude a Sofia" e ganhou força nas redes sociais: quase 966 mil pessoas já curtiram e compartilharam a página, inclusive celebridades.

Desde que nasceu, no hospital da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, Sofia só tinha saído para ser transferida para o Hospital Samaritano, em Sorocaba (SP), ou fazer os exames pedidos pela Justiça no Hospital das Clínicas de São Paulo (SP). O bebê nunca havia feito xixi ou cocô e só se alimentava por nutrição parenteral – quando uma solução manipulada pelo médico é aplicada diretamente na corrente sanguínea.

Após diversas questões judiciais, o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) determinou a transferência da menina para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde ela passaria por novos exames que confirmassem a síndrome de Berdon e a possibilidade de realizar o transplante no Brasil.

No entanto, a família recusou um novo procedimento cirúrgico, e médicos especialistas também atestaram que a tecnologia nacional não era avançada o suficiente para realizar o transplante com sucesso. Dessa forma, a menina foi novamente encaminhada para o Hospital Samaritano, de onde saiu para ser levada aos Estados Unidos.

Na madrugada de quarta-feira (2) finalmente Sofia, a mãe e uma equipe de profissionais do Ministério da Saúde embarcaram em um jatinho especial para os Estados Unidos. A partida de Sorocaba emocionou médicos e enfermeiros do hospital onde ela permaneceu internada e amigos da família. O pai de Sofia, Gilson Gonçalves da Silva, embarcou em um voo comercial.

A família aguarda a doação dos órgãos para o transplante, o que demora, em média, seis meses nos Estados Unidos. Depois da cirurgia, a criança permanecerá em tratamento por dois anos. De acordo com os médicos, a chance de êxito é de 85%. No  começo, Sofia, pai e mãe ficaram hospedados na casa de um brasileiro que se ofereceu para ajudar. Ela também terá o acompanhamento de médicos e enfermeiros durante o dia e a noite.

O nome de registro de nascimento da criança é com "ph" (Sophia), mas, em virtude de a campanha de ajuda ter sido iniciada com "Sofia", a própria família adotou essa grafia para evitar problemas com as doações.

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