O presidente em exercício Michel Temer afirmou nesta terça-feira (24), ao apresentar medidas para a economia, que vai voltar atrás sempre que perceber que cometeu erros na condução do governo. Ele não citou um caso específico, mas disse que “não tem essa de que não erro”.
Desde que assumiu como presidente em exercício, no último dia 12, Temer foi alvo de críticas de setores da sociedade, por exemplo, contrários à extinção dos ministérios da Cultura e do Desenvolvimento Agrário - o da Cultura foi recriado após a repercussão negativa de sua extinção.
Temer também foi criticado por movimentos sociais pelo fato de não ter nomeado mulheres e negros para o primeiro escalão do governo.
“As pessoas se acostumaram a quem está no governo dizer que não pode voltar atrás. Não temos compromisso com o equívoco. Quando houver um equívoco governamental, reveremos este fato de modo que vi aqui alguns dizerem ‘o Temer está frágil, não sabe governar’. Conversa!”, disse Temer, logo após dar um tapa na mesa.
“Fui secretário de Segurança Pública em São Paulo e tratava com bandidos. Sei como fazer o governo e saberei como conduzi-lo. Quando perceber que houve um equívoco na fala, na condução do governo, reverei posição. Não tem essa coisa de ‘não erro’. Se o fizer, consertá-lo-ei”, completou o peemedebista.
No mesmo pronunciamento, que durou cerca de 30 minutos, Temer se disse vítima de “agressões psicológicas” dos que, segundo ele, querem “amedrontar” o governo.
Sem mencionar nomes, o peemedebista declarou também, em tom irônico, que não se deve dar "atenção" às supostas agressões da oposição e que os integrantes de seu governo devem aplaudir os adversários políticos que quiserem "esbravejar".
A uma plateia formada por ministros e parlamentares de partidos aliados no Congresso Nacional, o presidente em exercício voltou a dizer que o momento é de “pacificar e harmonizar” o país porque não se pode permitir “a guerra entre brasileiros, a disputa quase que física”.
Em uma referência ao afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, por meio do processo de impeachment, Temer disse ainda que “a interinidade do atual governo não significa que o país deve parar”. O Senado tem até 180 dias para julgar se Dilma cometeu ou não crime de responsabilidade.
“Devemos produzir fatos e atos que possam levar o governo adiante, aconteça o que acontecer. Não podemos ficar paralisados. Todos os senhores sabem que eu sou uma consequência da Constituição. Não eu, pessoalmente, mas o vice-presidente é uma consequência do texto constitucional. Portanto, quero refutar aqueles que a todo instante pretendem dizer que houve uma ruptura da Constituição”, disse.
Desde o ano passado, quando se iniciou o processo de impeachment de Dilma, a presidente afastada, ministros e aliados políticos têm defendido a tese de que não há base jurídica para a saída dela, e por isso, o processo é um “golpe”.
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