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Um ano depois de transplante, mãe de João Bombeirinho inaugura ONG

25.10.2013
09:46
FONTE: G1

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  • João Bombeirinho virou símbolo da luta contra o câncer no Brasil.
Foi inaugurado na quinta-feira (24) em Maringá, no norte do Paraná, o Instituto João Bombeirinho, ONG criada pela família do menino João Daniel de Barros, de sete anos, símbolo da luta contra o câncer no Paraná. A cerimônia ocorreu exatamente um ano depois dele ter feito o transplante de medula óssea no Hospital de Clínicas (HU), em Curitiba. O garoto sofreu de leucemia durante três anos e ficou conhecido pelo sonho manifesto de se tornar bombeiro.

A ONG foi idealizada e será conduzida pela mãe de João, Ana Paula Estevam. O objetivo, segundo ela, é trabalhar na criação de campanhas para informar e incentivar a doação de medula óssea no Brasil. Para ela, as pessoas ainda sabem muito pouco sobre o procedimento e a doença. O instituto funcionará, a princípio, com 12 voluntários.

"Tive a ideia de criar a ONG em um momento de desespero. O João estava com várias infecções [em agosto de 2012], sem receber a medula, e a médica me disse que iria diminuir a dosagem da quimioterapia, porque ele não estava aguentando. Naquele momento, caiu a ficha que eu iria perder meu filho. Fiz uma promessa e, dez dias depois, recebi a notícia que tinham encontrado uma medula compatível. Agora, tenho que cumprir minha palavra, né?", diz a mãe, sorridente.

Ana conta que, mesmo com quase tudo pronto, teve de esperar para inaugurar o instituto, já que ainda precisava dedicar boa parte dos dias a João. A ONG se tornou realidade graças a doações e apoiadores financeiros.

"As pessoas acham que eu fiquei rica com toda essa história. Eu não fiquei. Sempre existe crítica. Se eu estivesse em casa, falariam que eu sou egoísta. Então, não ligo para isso. Vou construindo meu castelo com as pedras. Só eu sei o que passamos. Só eu ouvi os médicos várias vezes disseram que meu filho não passaria daquela noite", desabafa. "A doação não salvou só a vida do João, mas salvou a minha, a do meu marido, a dos irmãos dele. Preciso compartilhar isso".

Um ano depois de transplante, Bombeirinho tem vida comum

João está recuperado. Corre de um lado para o outro na sede do instituto, sobe escadas, conversa com todo mundo. Interrompe a entrevista várias vezes para perguntar sobra a cor da tinta do banheiro, para pedir um papel para desenhar, para comentar sobre a "letra feia" do repórter. Vive, segundo a mãe, uma rotina de uma criança comum há cinco meses.

Já são três meses frequentando a escola sem faltar. As notas são altas e elogios das professoras frequentes, ressalta Ana. "Ele é dedicado, tem sede de aprendizado. Tem algumas dificuldades para se socializar, o que é comum, mas está amadurecendo muito rápido. João está vivendo uma nova vida", orgulha-se a mãe, quando é, novamente, interrompida pelo menino. "Já estou no terceiro livro", comemora ele, pouco depois de exibir um papel onde escreveu o nome da escola em que estuda.

Bombeirinho ainda tem de tomar alguns cuidados, devido a rastros deixados por 18 cirurgias pelo corpo. Agora, porém, já aproveita os fins de semana para aprender a andar de bicicleta e escorregar com papelão no gramado do Estádio Willie Davids, na região central de Maringá. Também é, frequentemente, auxiliar de cozinha da mãe. "Ele ama fazer bolo à noite, para poder dormir mais tarde", revela Ana.

"João é minha ligação direta com Deus. Vivo a infância com ele, aproveito todos os momentos que ele tem desfrutado. O transplante mudou tudo. Quero me esforçar para ajudar a salvar outras vidas, outras famílias, mas João sempre vai ser minha prioridade máxima. Somos uma série de milagres", festeja.

Como doar medula óssea

Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos que não tenha doença infecciosa transmissível pelo sangue pode fazer a doação. Basta procurar um Hemocentro mais próximo onde será coletada uma pequena quantidade de sangue (5 ml) e preencher um formulário com dados cadastrais.

Se for verificada compatibilidade com algum paciente cadastrado no Registro de Receptores de Medula Óssea, o doador é, então, convocado para fazer testes confirmatórios e realizar o procedimento.

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