Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Um dia após ir à CPI, ex-diretor da Petrobras deixa Brasília

18.09.2014
15:13
FONTE: G1

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  • Paulo Roberto Costa é escoltado ao sair da Polícia Federal
O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, deixou Brasília no início da tarde desta quinta-feira (18). Ele embarcou no hangar da Polícia Federal e foi para Curitiba, onde está detido. Costa compareceu nesta quarta (17) à sessão da CPI do Congresso que investiga irregularidades na estatal. No entanto, fez uso do direto de permanecer calado e não respondeu as perguntas dos parlamentares.

O ex-diretor foi preso pela Operação Lava Jato, da PF, que investiga esquema de lavagem de dinheiro em todo o país. Costa é suspeito de ter intermediado contratos da Petrobras com empresas de fachada, algumas delas ligadas ao doleiro Alberto Youssef, preso na mesma operação.

Em junho, Costa já havia sido ouvido por uma CPI no Senado. Ele foi chamado para voltar ao Congresso depois que vieram a público informações sobre depoimentos do ex-diretor em acordo de delação premiada, que ele firmou com a Justiça para abrandar uma eventual pena. Nesses depoimentos, Costa apontou que deputados, senadores, governadores e um ministro como beneficiários de um esquema de pagamento de propina com dinheiro de contratos da Petrobras. 

Depoimento à CPI

Durante quase três horas de depoimento à CPI mista da Petrobras, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa repetiu 18 vezes “nada a declarar” (ou frases equivalentes) e se recusou a responder a todos os questionamentos formulados pelos parlamentares da comissão.

“O senhor, eventualmente, numa sessão secreta, colaboraria com esta comissão?”, questionou Vital. “Acho que pode ser a sessão aberta, mas permaneço com a mesma posição de nada a declarar”, respondeu Costa.

Mesmo com a declarada recusa de Costa, os integrantes da CPI decidiram continuar fazendo perguntas. O ex-diretor se recusou a dar explicações e repetiu 18 vezes “nada a declarar”.

O relator da CPI mista, deputado Marco Maia (PT-RS), fez inicialmente uma série de questionamentos, entre os quais se havia esquema de corrupção na compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), se houve irregularidade na construção da refinaria de Abreu e Lima (PE) e se, de fato, ele negocia acordo de delação premiada com a Justiça. O depoente não respondeu a nada.

Com Paulo Roberto Costa em silêncio, alguns parlamentares, principalmente da oposição, aproveitaram a sessão para discursar e não dirigiram nenhuma pergunta ao ex-diretor.

O deputado Simplício Araújo (SD-MA) afirmou que Costa entrará para a história como um “covarde”. “O senhor está aqui para proteger a sua rabichola. O senhor foi pego com a boca na botija e continua protegendo tudo o que aconteceu de errado na Petrobras com esse seu comportamento. O senhor é uma vergonha para sua família e para a sociedade brasileira”, disse o parlamentar.

O líder do PDT, deputado Ênio Bacci (RS), fez um “apelo à consciência” do ex-diretor para dar “oportunidade ao povo brasileiro” de ter conhecimento dos políticos envolvidos no suposto esquema de corrupção antes das eleições de outubro. "Eu temo que não tenhamos condições de mostrar ao Brasil os nomes de todos os envolvidos antes das eleições", declarou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

O líder do Solidariedade na Câmara, Fernando Francischini (PR), pediu que o depoente respondesse com “sim” ou “não” se tem desejo de “passar a limpo” as denúncias que envolvem a Petrobras e se foi orientado a não contribuir com a comissão. A resposta se repetiu: “nada a declarar”
.
O deputado Izalci (PSDB-DF) culpou a presidente Dilma Rousseff pelo escândalo na Petrobras. “A presidente dizer que não sabia é ser conivente ou incompetente. Uma ex-ministra de Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração [da Petrobras], responsável por tudo isso aqui, dizer que não sabia do desvio de bilhões e bilhões na Petrobras é muita incompetência e conveniência”, disse.

O deputado Mendonça Filho (DEM-PE) pediu a Paulo Roberto autorização para que sua advogada pudesse informar aos parlamentares em que fase está a delação premiada – o regimento proíbe perguntas diretas a advogados. Costa respondeu não achar necessária a resposta da advogada e voltou a afirmar não ter nada a declarar.

Já o deputado petista Afonso Florence (BA) disse que o depoimento de Costa é um “jogo de espetáculo” e defendeu seu partido. “No governo do PT as acusações são investigadas e, por isso, fizemos questão da sessão aberta”.

A deputada  Iriny Lopes (PT-ES) afirmou que há "terrorismo" contra a Petrobras. "Eu temo que a finalização [da CPMI] possa ser uma pizza muito indigesta ao país, porque minha opinião é que nenhuma CPMI realizada em ano eleitoral pode produzir aquilo que o país precisa", declarou.

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