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Universidades de 23 países discutem ensino superior em evento em Cuiabá

25.04.2015
19:30

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  • Faubai reúne gestores de relações internacionais em universidades em Cuiabá
A internacionalização do ensino superior é o principal tema em discussão na 27ª Conferência Anual da Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai) 2015, que está sendo realizada do Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá (MT) entre sábado (25) e quarta-feira (29). O tema central já dá a direção do evento “Criando parcerias sustentáveis por meio da internacionalização justa e equilibrada”. Cerca de 500 participantes estão inscritos no evento.

O tema da internacionalização é uma prioridade na agenda da educação superior no mundo, de acordo com Renée Zicman, diretora executiva e organizadora da Faubai. “Nos últimos 15 anos, esse tema se intensificou, com a chegada de professores estrangeiros, de projetos internacionais, do programa Ciências sem Fronteiras. Não se pode pensar hoje em uma instituição de ensino superior sem que seja internacional”, afirma ao G1.

Zicman lembra que a internacionalização deve ser prioridade e deve-se ter uma estratégia para sua plena implementação. “Precisa de vontade política. A forma de o Brasil intensificar esse processo é também definir estratégias nacionais para isso”, comenta a diretora.

Algumas formas de ‘internacionalizar’ o campus é atrair estudantes estrangeiros para o campus; além disso, ter professores estrangeiros, oferecer cursos em outros idiomas (que não seja o português) e aumentar a cooperação com instituições de outros países.

Para Paulo Teixeira, coordenador local da Faubai e secretário de Relações Internacionais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a prova de que a UFMT está integrada com o resto do mundo é o fato de a conferência ocorrer em Cuiabá.

Na instituição, o empenho da secretaria em estabelecer conexões com outras instituições de ensino de outros países começou em 2008, quando apenas dois alunos da universidade haviam viajado para créditos no exterior. “Desde então, instituímos uma política bastante agressiva na internacionalização e hoje já acumulamos 483 alunos que tiveram essa experiência no exterior”, diz Teixeira.

Os países que mais enviam estudantes para a UFMT são Alemanha (para pesquisas, principalmente em ciências naturais), Colômbia, Angola, Guiné-Bissau e Peru; os cursos mais procurados pelos estrangeiros são letras, economia e física.

Os principais países escolhidos pelos universitários da UFMT para estudos são: Portugal, Estados Unidos e Espanha. Os cursos que mais enviam alunos são arquitetura, engenharia e medicina.

A universidade tem mais de 50 convênios bilaterais com instituições de outros países e participa de uma rede de universidades de todos os continentes, totalizando mais de 200 conexões. O primeiro convênio da UFMT foi fechado com a Universidade do Porto, em 2008.

A diretora de relações internacionais da universidade portuguesa, Bárbara Costa, conta que o Brasil é a nacionalidade que mais envia estudantes, seja para fazer a graduação completa, seja para mobilidade estudantil (para obter créditos, de forma temporária).

Aproximadamente 13% dos 4 mil estudantes estrangeiros de 120 países que chegam à instituição são brasileiros. “A Universidade do Porto tem criado ferramentas para apoiar a ida dos estudantes do Brasil, pois é uma parceria estratégica. Muito da busca por financiamento na Europa é para reforçar a parceria com o Brasil. A UFMT é uma dessas parcerias e participam de quase todos os nossos projetos”, informa.

Ainda existem desafios para que a internacionalização seja mais intensa em universidades do país, como o reconhecimento de títulos (diplomas) de outras universidades do mundo e oferecer disciplinas em diversos idiomas. De acordo com Renée Zicman, as universidades federais de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo; as estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro e a Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC) possuem disciplinas em outros idiomas.

Na UFMT, a mobilidade de estudantes evoluiu nos últimos anos, mas a universidade oferece apenas um curso de Ecologia Tropical no Pantanal, com duração de 15 dias, e um programa que ensina português para estrangeiros está no início. “Temos um gargalo para atrair o estrangeiro para o Brasil que é a língua e, quando tento fechar parcerias, as instituições perguntam se temos um programa que ensine o português para estrangeiros. A realidade é que oferecer cursos em inglês é um problema dos professores do Brasil”, diz Paulo Teixeira.

Segundo Zicman, um avanço já pode ser comemorado: cerca de 2/3 dos participantes da Faubai 2015 são estrangeiros. “Isso significa que o mundo inteiro olha diferente para o Brasil, não querem somente atrair nossos alunos como antigamente, mas mostram que têm interesse em enviar seus alunos para cá. O Brasil entrou no mapa da educação superior do mundo”, destaca.

Oportunidades
Segundo Paulo Teixeira, secretário de Relações Internacionais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em maio deve ser lançado o edital do Programa Internacional de Graduação (PIG) da UFMT, que costuma oferecer de 20 a 30 vagas para estudantes da instituição. Para este ano, a expectativa é de que o programa Ciências sem Fronteiras disponibilize um edital de 200 vagas para estudantes que queiram estudar em outros países.

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