A defesa do vice-presidente da empreiteira Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, protocolou na Justiça Federal do Paraná neste domingo (22) pedido para ser transferido da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, para o presídio da Papuda, em Brasília.
Na última sexta-feira (20), a PF pediu à Justiça que 15 presos da Operação Lava Jato fossem transferidos para o sistema prisional do Estado do Paraná. Atualmente, 19 presos da Lava Jato estão na carceragem da superintendência da corporação, conforme a PF. A expectativa é de que o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, se manifeste sobre a transferência dos presos ainda nesta segunda (23).
No pedido protocolado na Justiça, a defesa de Sérgio Cunha Mendes afirmou que o executivo tem residência fixa em Brasília. O advogado Marcelo Leonardo, que representa o vice-presidente da Mendes Junior, argumenta no documento que a esposa do executivo tem feito viagens semanais de Brasília a Curitiba para visitar o marido, "o que vem onerando o orçamento familiar."
"Sabidamente, entre os direitos do preso está o de ficar recolhido em estabelecimento próximo de sua família, para facilitar as visitas", afirmou o advogado no pedido.
"Isto posto, caso V. Exa. acolha o pedido da Polícia Federal no sentido de esvaziar a carceragem da SR/DPF/PR, o acusado Sérgio Cunha Mendes vem requerer a V. Exa. seja o mesmo transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, Distrito Federal, Ala de
Vulneráveis, onde permaneceria a disposição deste Juízo Federal da 13ª Vara de Curitiba, sendo possível, oportunamente, o seu interrogatório por videoconferência na Seção Judiciária Federal do Distrito Federal", completou.
Durante as investigações, Cunha Mendes admitiu o pagamento de propina de R$ 8 milhões às empresas do doleiro Alberto Youssef no esquema de corrupção que atuava na Petrobras. O valor, segundo o advogado do executivo, foi pago após Sérgio Cunha Mendes ter sofrido “extorsão” de Youssef e do ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Em janeiro, o vice-presidente da Mendes Junior foi internado em um hospital para a retirada de um cálculo renal. Na ocasião, a Justiça autorizou que a esposa do executivo o acompanhasse durante a internação.
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