Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
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Vice-presidente da empresa Mendes Junior diz desconhecer o 'clube'

21.11.2014
15:06
FONTE: G1

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Ao depor à Polícia Federal, em Curitiba, na terça-feira (18), o vice-presidente da empreiteira Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, disse que não participava e que desconhece a existência de cartel para direcionar licitações da Petrobras. Ele foi preso na sétima fase da Operação da Lava Jato que teve como alvo nove empreiteiras com contratos com a estatal que somam R$ 59 milhões. O conteúdo das declarações consta no pedido de substituição de prisão preventiva protocolado na Justiça Federal do Paraná nesta sexta-feira (21).

A existência do cartel foi mencionada pelo executivo da empresa Toyo Setal Augusto Mendonça Neto, um dos colaboradores do Ministério Público Federal (MPF) nas investigações da Operação Lava Jato. De acordo com ele, o cartel foi denominado “clube”. Mendonça Neto relatou ainda que o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque exigia que a propina do "clube" fosse paga a ele. Entre 2008 e 2011, foram negociados até R$ 60 milhões em suborno diretamente a Renato Duque, que também está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Ainda de acordo com Neto, o presidente da UTC Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa, era o mentor do “clube”.

Sérgio Cunha Mendes afirmou que a Petrobras possui critérios bastante rígidos e que, em muitas obras, devido ao tamanho do empreendimento, a Mendes Junior precisou consorciar-se já que é uma empresa de médio porte.

Apesar de não reconhecer a existência do cartel, Sérgio Cunha Mendes admitiu ter pago R$ 8 milhões em propina para o doleiro Alberto Youssef na ocasião do contrato de obras na Refinaria presidente Getúlio Vargas (Repar) em Araucária, na Região Metropolitana.

De acordo com Sérgio Cunha Mendes, em nome de Paulo Roberto Costa, Youssef exigiu o pagamento para que a empresa não fosse prejudicada em relação aos pagamentos pendentes da Petrobras e também em relação a futuras licitações. Havia a ameaça de que a empresa não receberia novos convites para participar de certames da estatal, já que a indicação das possiveis concorrentes era feita por Costa, de acordo com o executivo.

Os pagamentos foram feitos entre julho e setembro de 2011 por meio de contratos simulados com a GFD Investimentos e Empreiteira Rigidez – empresas vinculadas ao doleiro. Com exceção destes pagamentos, a empresa nega ter pago propina para conseguir o contrato junto à Repar.

O vice-presidente da Mendes Junior também negou ter conhecimento que as empresas acresciam 3% ao valor do BID (os custos mais o lucro desejado pelas empresas) para sustentar valores desviados para partidos políticos. Ele afirmou, em depoimento, que a empresa não praticou a irregularidade e que não tem a informação de que outras empresas a faziam.

Sérgio Cunha Mendes negou ainda ter relacionamentos com Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Ricardo Pessoa.

Doações a partidos

O executivo comentou que a empresa Mendes Junior fez doações oficiais para partidos políticos por ocasiões de campanhas eleitorais, porém, segundo ele, elas não tinham o caráter oculto de pagamento de vantagens indevidas. Sérgio Cunha Mendes dizze que as doações eram feitas a pedidos de partidos políticos e candidatos. em 2014, disse o executivo, não houve doações.

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