Mato Grosso, 18 de Abril de 2024
Politica

A importância de esperar o trabalho de parto

18.07.2017
14:05
FONTE: Luísa Massa

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É comum as futuras mamães se depararem com diversas dúvidas durante a gravidez. Muitas dessas questões estão relacionadas com a maneira que a criança chegará ao mundo: via vaginal ou cesárea. Apesar dos riscos e benefícios de cada opção serem discutidos com frequência, pouco se fala da importância de aguardar o trabalho de parto espontâneo.

 

Em abril, o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) lançou a campanha “Quem Espera, Espera“. Com o intuito de chamar a atenção das mulheres, a instituição criou um site que traz relatos pessoais, informações variadas, estatísticas e documentos que comprovam os benefícios dessa decisão.

 

“O trabalho de parto espontâneo nada mais é do que aguardar e respeitar o tempo da mãe e do feto. Por processos de simbiose, as contrações uterinas são desencadeadas e assim há a dilatação do colo do útero e o seguimento das fases do parto”, ressalta Paulo Henrique Di Rocco, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, de São Paulo.

 

De fato, esperar os sinais que o pequeno apresenta, mostrando que está pronto para nascer, só traz benefícios – tanto para ele quanto para a mãe. Entre as vantagens estão o amadurecimento do organismo da criança e maior ganho de peso, além da liberação de hormônios que são importantes para a amamentação.

 

“Há melhor adaptação do bebê ao ambiente extrauterino e a mulher corre menos risco de ter problemas como sangramentos no pós-parto“, explica o ginecologista Rodrigo da Rosa Filho, membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP) e sócio-fundador da clínica de reprodução humana Mater Prime, localizada na capital paulista.

 

Outros pontos favoráveis dessa escolha apontados por Di Rocco são as melhorias respiratórias e cardiológicas no início da vida. “Também há menos chance de ser necessária uma manipulação médica para o seguimento do parto. Para a mãe, esse momento pode estreitar ainda mais o laço afetivo“, destaca o obstetra.

 

Riscos de não esperar

É claro que cada caso deve ser avaliado individualmente, mas quando o trabalho de parto espontâneo não ocorre, a probabilidade do pequeno ter desconfortos respiratórios aumenta, já que há mais dificuldade para eliminar o líquido amniótico dos pulmões.

 

“A vitalidade do bebê ao nascer já nos dá uma amostra do benefício do trabalho de parto. Entretanto, sabemos que a criança que evolui para o parto normal tem menor possibilidade de apresentar doenças de via área superior, como a asma“, afirma o médico do Hospital São Luiz.

 

As últimas semanas de gravidez são importantíssimas para a saúde do recém-nascido. O estudo Nascer no Brasil apontou que em 2012, 35% das crianças avaliadas chegaram ao mundo entre a 37ª e a 38ª semana. Apesar de não serem consideradas prematuras, pesquisas mostraram que elas foram internadas com mais regularidade na UTI neonatal.

 

Cesárea eletiva

Algumas mães preferem agendar a data do nascimento do filho, mesmo sem ele ter dado sinais que está pronto para chegar ao mundo. “A cesárea pode ser feita eletivamente atendendo ao pedido materno depois da 39ª semana de gestação. A mulher tem que ter autonomia para escolher a via de nascimento desde que ela esteja ciente de que os riscos são maiores se ela não entrar em trabalho de parto”, enfatiza o médico Rodrigo da Rosa.

 

Em geral, as gestações saudáveis podem durar até 42 semanas de gestação, mas é importante que cada caso seja acompanhado individualmente. “Quando a gestação chega a 40 semanas, devemos ter uma atenção especial ao controle de vitalidade fetal e avaliar criteriosamente a necessidade de uma intervenção para o nascimento ou para melhorar a condição do parto. Isso é feito de maneira direta com exame clínico/obstétrico e de maneira indireta com exames complementares”, ressalta Di Rocco.

 

E quando a bolsa é rompida de maneira artificial? “Essa ruptura deve ocorrer espontaneamente. Porém, às vezes o trabalho de parto não está evoluindo bem e o médico opta por rompê-la. Em alguns casos é necessário, embora não seja ideal”, reforça o obstetra da clínica Mater Prime.

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