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A vitória sobre o Athletico-PR, por 2 a 0, no último domingo, na Arena da Baixada, em Curitiba, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, será importante para o Corinthians no decorrer do torneio por pontos corridos e servirá para dar mais tranquilidade a Fábio Carille no que diz respeito a pressão por resultados. O desempenho coletivo, porém, segue preocupando.
Mais uma vez, o Timão mostrou muito pouco. Sem criatividade no meio-campo, contou com lampejos individuais para construir o resultado. A falta de criatividade do conjunto já havia custado caro no jogo passado, a derrota para o Flamengo, na partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. O assunto é recorrente: por que o time apresenta tão pouco?
Não vai adiantar esperar a pausa para a Copa América para corrigir os problemas, se três jogos decisivos acontecerão ainda no primeiro semestre. Os dois da segunda fase da Copa Sul-Americana, contra o Deportivo Lara, da Venezuela, e a partida de volta da Copa do Brasil, no Rio de Janeiro, contra o Rubro-Negro. Não achar soluções para o desempenho ruim é colocar em risco as classificações às próximas fases de ambos os torneios.
Carille terá apenas três dias de trabalho antes da partida contra o time venezuelano. Os problemas de adaptação citados por ele, portanto, terão de ser resolvidos mais na conversa do que no campo. O técnico, inclusive, tem priorizado a recuperação física dos jogadores em detrimento de trabalhos táticos. Antes do jogo contra o Furacão, fez apenas um treino com os titulares no CT Joaquim Grava.
O jogo
Alguns pontos do duelo contra o Furacão são interessantes e merecem destaque:
- Júnior Urso, enfim, voltou a ser titular, algo que não acontecia desde 14 de abril;
- E mais: o volante suportou os 90 minutos; está totalmente recuperado de lesão;
- Gustagol ganhou alguns minutos, depois de ficar seis jogos fora;
- Usado como centroavante, Vagner Love foi bem;
- Pedrinho entrou bem na partida, principalmente nas disputas de um contra um.
A ótima atuação de Vagner Love, inclusive, foi tema da entrevista coletiva de Carille. O treinador admitiu que escalá-lo como camisa 9, mesmos sabendo de sua versatilidade, é a melhor opção. Love foi um dos poucos que se salvou na vitória. Já que velhos problemas voltaram a aparecer e a atuação coletiva não fugiu do que tem sido nos últimos tempos.
O time voltou a abrir mão da posse de bola, mesmo jogando diante de um adversário escalado apenas com reservas. De acordo com o scout da TV Globo, o Corinthians teve apenas 37% de posse de bola, contra 63% do rival. A disparidade nas finalizações foi ainda maior: 23 chutes a gol do Furacão contra apenas cinco dos comandados de Carille.
Na prática, além de não ter ficado com a bola, o Corinthians sofreu na Arena da Baixada. Thonny Anderson e Braian Romero chegaram a furar a meta de Cásssio, mas em ambas o auxiliar marcou impedimento. Não foram poucas as vezes nas quais os homens de frente do Furacão ficaram frente a frente com o goleiro do Timão
Braian Romero completa em impedimento o rebote de Cassio, aos 14' do 2º tempo
A linha de meio-campo com Ramiro e Matheus Vital aberto pelas pontas e Jadson centralizado não funcionou. Embora o camisa 10 tenha dado assistência para Vagner Love abrir o placar, fez pouco no restante da partida e sumiu diante da marcação rival. Júnior Urso, costumeiramente um desafogo para os homens de frente com sua saída em velocidade partindo da defesa, teve dificuldades para avançar.
Prevaleceu o talento de Pedrinho, colocado em campo aos 19 minutos do segundo tempo. Em dois lances, o xodó da Fiel foi muito bem. Primeiro, arrancou pela direita e sofreu falta de Lucas Halter perto da grande área. Só com a infração o zagueiro conseguiu segurá-lo. No minuto seguinte, novamente em cima do beque, foi oportunista para aproveitar o vacilo na marcação e anotar de cabeça .
Gol do Corinthians! Lucas Halter erra e Pedrinho de cabeça amplia para o Timão, aos 41' do 2º tempo
Prevaleceu também a boa movimentação de Love. Mesmo escalado como centroavante e tendo presença de área para abrir o placar para o Timão, o camisa 9 foi importante também em outros momentos. No primeiro tempo, recebeu e tabelou com Ramiro na intermediária e enfiou uma bola na medida para Mateus Vital finalizar. A defesa do Athletico cortou antes da finalização do meia.
Mateus Vital recebe passe na entrada da área, mas é travado por Madson, aos 32' do 1º tempo
A qualidade individual prevaleceu em Curitiba, mas nem sempre será assim. O Corinthians precisa seguir trabalhando para melhorar o desempenho do conjunto, algo que fez a diferença a favor nos últimos anos e pode ser determinante para o sucesso nos próximos meses de 2019.
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