Brasil tem mais de 2,5 mi de professores na educação básica e superior

Neste Dia dos Professores, o governo federal destaca a importância desses profissionais para o desenvolvimento do País. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apontam que o Brasil possuía, em 2017, mais de 2,5 milhões de professores. Esse número inclui os que trabalham na educação básica e no ensino superior, tanto na rede pública como na privada.

A profissão tem características e realidades diferentes em cada região, o portal do governo federal conversou com dois professores, do Centro-Oeste e do Sudeste brasileiro. Alessandra Lisboa e Luiz Felipe Lins contam um pouco sobre como a educação mudou a vida deles e, por meio da educação, eles pretendem mudar a vida de outros jovens. Confira:

Alessandra Lisboa da Silva

Muito antes de se tornar professora, em 2006, a vida de Alessandra se formou em torno da educação, com a qual trabalha desde 1996. Hoje, aos 44 anos de idade, não faltam dificuldades para relatar, mas ela gosta mesmo é de falar das vitórias alcançadas em todo o tempo de trabalho na área.

A maior delas é o projeto Matemática Todo Dia, desenvolvido em parceria com o professor Marcos Paulo Barbosa no Centro de Ensino Médio 09, em Ceilândia (DF), onde os dois cursaram o ensino médio. “Minha paixão por essa escola vem desde sempre”, conta Alessandra.

“Eu já tinha encanto pela Obmep [Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas] e quis desenvolver um projeto que preparasse os estudantes para competir, mas ele ultrapassou os próprios limites e hoje prepara os alunos para a vida”, conta Alessandra. “A gente mostra que, além de legal e criativa, a matemática é possível para todos, inclusive para quem tem dificuldades.”

Alessandra conta que o CEM 09 já teve 206 estudantes premiados na Obmep e conquistou seis vezes consecutivas o título de escola campeã da olimpíada. Os alunos que participam do Matemática Todo Dia também já conquistaram mais de 100 medalhas na Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog), organizada anualmente pela Agência Espacial Brasileira e pela Sociedade Astronômica Brasileira..

A periferia na universidade

A docente não controla a emoção ao contar sobre como seu trabalho e esforço transformaram a perspectiva de vida dos estudantes. “Eles começaram a ser aprovados em universidades públicas e, antes, o objetivo deles era apenas concluir o ensino médio e trabalhar", relata. "Mostramos a eles que a universidade pública é real e possível para todos, mesmo os de uma cidade periférica. Hoje, a UnB [Universidade de Brasília] é o lugar deles, é um lugar possível.” Segundo Alessandra, do projeto Matemática Todo Dia, saíram graduandos de matemática, relações internacionais, direito, física, pedagogia e comunicação organizacional, entre outros.

Luiz Felipe Lins

A semente que, mais tarde, se tornaria vontade de lecionar foi plantada na mente de Luiz Felipe na infância. Funcionário da rede municipal do Rio de Janeiro (RJ) há 23 anos, ele deixa claro que os professores que o acompanharam tiveram a maior influência nessa decisão. “Quando escolhi o magistério, foi porque tive professores que foram boas referências. Por causa deles, eu sabia que tinha algo a fazer pelas crianças da escola pública e retribuir tudo o que ela me ofereceu”, destaca.

A escolha gerou muitos frutos. “A melhor parte de ser professor é que você consegue mostrar para essa garotada que eles podem ser o que quiserem, que a educação abre portas e transforma a vida deles”, afirma. "Mesmo crianças que possuem dificuldades, ou que não percebem o quanto são capazes, se tiverem alguém que as oriente corretamente, podem construir um futuro promissor".

Na data em que se celebram os professores do Brasil, Luiz Felipe manda um recado a todos os colegas de profissão: é importante sempre acreditar que o trabalho do docente é capaz de fazer a diferença. “Às vezes, não conseguimos mudar a vida de todos, mas, se conseguirmos orientá-los e mostrar um caminho promissor, estamos fazendo nossa parte para tornar esse País mais justo e humano, porque a solução para isso é a educação.”