Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Politica

Cafeína pode ajudar prematuros, diz estudo

20.07.2017
09:32
FONTE: Carolina Delboni

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Há muitas controvérsias em relação aos benefícios da cafeína. A substância tem sido usada há décadas, em alguns casos, para estimular a oxigenação pulmonar e o funcionamento do cérebro em bebês prematuros. A novidade é que uma pesquisa australiana concluiu que esse tipo de tratamento também pode oferecer vantagens a longo prazo para crianças nascidas antrs do termo, à medida que crescem, incluindo melhor coordenação motora na infância e melhor funcionamento dos pulmões, diminuindo as chances de doenças crônicas.

 

O estudo, feito com base em 17 anos de pesquisas, já acompanhou mais de dois mil bebês que foram tratados com ajuda da cafeína e não se restringe apenas à Austrália. Barbara Schimidt, chefe do Departamento de Neonatologia na Pensilvânia, nos Estados Unidos, tem publicado algumas autlaizações do estudo com o passar dos anos. No material, ela mostra evidências de que a cafeína realmente traz melhoras ao prematuro e à criança.

 

De acordo com José Maria Lopes, Presidente do Departamento Científico de Neonatologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), aqui no Brasil, a substância faz parte dos cuidados com bebês prematuros há mais de oito anos. “Quando um prematuro nasce, automaticamente é iniciado o tratamento com a cafeína como uma droga mesmo. Já não é mais matéria de pesquisa. É padrão dos hospitais brasileiros”.

 

As crianças que utilizam a droga recebem cinco miligramas de cafeína por quilograma de peso corporal por dia, durante cerca de cinco semanas. A quantidade parece pequena, mas é preciso lembrar que se trata de bebês prematuros. Para eles, isso equivale a duas ou três doses diárias de café para adultos. “Essa dose também é padrão. Ela já foi testada e chegou-se a essa quantidade como parte significativa dos efeitos no tratamento”, informa Lopes.

 

Cientistas e pesquisadores do Royal Women's Hospital, na Austrália, avaliaram recentemente 142 crianças que participaram do estudo original, há 11 anos, e encontraram alguns benefícios importantes a longo prazo decorrentes dos tratamentos com a cafeína. Cerca de 20% das crianças originalmente tratadas com cafeína reduziram as taxas de fluxo de ar nos pulmões. Os resultados são significativos porque os bebês prematuros podem ter mais propensão ao enfisema e outros tipos de doença pulmonares mais tarde na vida. “Os efeitos do uso da cafeína em prematuros são mais percepitíveis, até porque, muitas vezes, esses bebês estão em hospitais e nós os acompanhamos mais de perto”, ressalta o neonatologista. “Quando eles vão para casa e continuam o tratamento, o sucesso vai depender do empenho da família em dar o remédio com a frequencia e a regularidade recomendada”, explica.

 

O estudo também descobriu que os bebês tratados com cafeína têm melhor coordenação do que aqueles que não recebem o tratamento. Nas primeiras semanas de vida eles tiveram uma taxa significativamente menor de uma doença pulmonar crônica chamada displasia broncopulmonar, parcialmente causada por ventilação mecânica e oxigênio bombeado para os pulmões.

 

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