Conselho do Inter convoca sessão para debater contas da gestão Piffero

O momento é de estabilidade na Série B, mas a conclusão inicial de um relatório de auditoria nas contas da gestão Vitorio Piffero pode estremecer o cenário político do Inter. Na última semana, o Conselho de Gestão recebeu o parecer da Due Dilligence realizada pela Ernst & Young nas finanças do clube, que detectou uma "inconsistência" em contratos não realizados com cinco empresas do ramo de construção civil. O Conselho Deliberativo convocou sessão extraordinária para tomar conhecimento e debater o teor dos documentos em reunião marcada para 5 de setembro.

Em contato com o GloboEsporte.com, o presidente do Conselho Deliberativo, Sérgio Juchem, confirmou que o edital de convocação deve ser publicado pelo clube ainda nesta semana. Os conselheiros irão avaliar o relatório e exigir explicações dos dirigentes que comandaram o clube de janeiro de 2015 a dezembro de 2016. O Conselho Fiscal do Inter também solicitou os documentos para análise.

– Publicarei o edital de convocação amanhã (quinta). Iremos analisar e ficar a par do relatório para estudar as medidas cabíveis - conta Juchem.

O montante relatado no documento assustou membros da atuação direção do Inter. São cinco empresas do ramo da construção civil, com informações em comum de endereços e telefones, que foram clientes do mesmo escritório de contabilidade e receberam esse valor. Todas apareceram no parecer fiscal do clube. Uma fica em Torres e a outra em um bairro popular de Viamão.

Procurados pelo GloboEsporte.com, o ex-presidente Vitorio Piffero e o ex-vice de Finanças Pedro Affatato não retornaram as ligações. Ex-vice Patrimônio, Emídio Pereira diz que o “vazamento” de informações é manobra política.

– Não tenho lembranças. Fiz muitas obras. É coisa política. Isso que nós não tivemos acesso. É algo interno. Eu fiquei 12 anos no Inter, fiz um monte de obras. Deu uma devastação no Parque Gigante. Teve empresas pequenas na parte ambiental. Mas vou lembrar de cabeça quem foi? O que posso dizer é que estou tranquilo. Eu não fui citado. Fui procurado porque era o responsável pela vice-presidência de patrimônio – contou.

Esses valores seriam utilizados para obras no Complexo do Beira-Rio. No entanto, os atuais dirigentes, assim como os analistas contratados, não encontraram nenhuma obra no Beira-Rio que justificasse tal investimento.

Em abril, o GloboEsporte.com teve acesso a um relatório que apontava erros nos controles de serviços contratados pela última gestão do clube. As falhas levaram as contas da presidência de Vitorio Piffero a ser reprovadas pelo Conselho Fiscal – algo inédito na história do clube.