Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
Politica

Crianças também "descontam" emoções na comida, diz estudo

06.03.2018
09:16
FONTE: Giovanna Forcioni

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Você já recorreu à comida para aliviar sentimentos ruins?  Pois bem. Esse comportamento não é exclusividade dos adultos. Um estudo realizado nos Estados Unidos* revelou que as crianças também “descontam” suas emoções na comida. Ou seja, elas também buscam prazer ao comer. 

 

Para chegar a essa conclusão os pequisadores ofereceram quatro tipos de snacks a 91 crianças, na faixa etária entre 4 e 9 anos de idade. Separadas em grupos, elas assistiram a diferentes cenas da animação Rei Leão. Ao fim da exibição, os especialistas notaram que o tipo de clipe assistido influenciou diretamente as escolhas alimentares dos pequenos. A pesquisa detectou ainda que, quanto mais velha a criança, maiores as chances de sua alimentação ser influenciada pelos sentimentos.

 

Os grupos que comeram mais chocolate foram justamente os que assistiram a cenas tristes ou felizes. Enquanto isso, os que acompanharam trechos neutros preferiram biscoitos salgados. Mas por que as crianças tendem a preferir comidas mais calóricas quando são estimuladas emocionalmente? A nutróloga Liliane Oppermann explica que isso se deve a uma questão fisiológica: "Esses alimentos estimulam a liberação de neurotransmissores, como a serotonina, que ativam áreas do cérebro relacionadas ao prazer. Além de suprir a necessidade de nutrientes, algumas comidas também podem trazer sensação de recompensa".

 

Porém, como o próprio nome diz, a "fome emocional" não pode ser explicada apenas pela biologia. Para Rita Calegari, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo (SP), a alimentação impulsionada por emoções também está relacionada a fatores culturais. "Desde muito pequenos, somos ensinados que o ato de comer é prazeroso. A amamentação, por exemplo, é sinônimo de proteção e aconchego. Por isso é natural que as crianças também usem a comida como meio de buscar conforto".

 

Como minimizar os efeitos da fome emocional

Confira as dicas das especialistas para que seu filho desenvolva uma relação saudável com  a comida:

 

1. Dê o exemplo

A consciência alimentar começa com o exemplo dos pais. "Não podemos pensar que ao mudar a alimentação das crianças, o problema estará resolvido. Quando falamos em comer bem, vale a comparação com as máscaras de oxigênio dos aviões: precisamos primeiro nos proteger, para depois ajudar as crianças", explica a nutróloga Liliane Oppermann. 

 

2. Não compare os hábitos alimentares do seu filho aos de outras crianças

Se você tem mais de um filho, saiba que a relação que eles têm com a comida não será igual. Por isso, não faça comparações entre as crianças. As carências e as necessidades de cada uma precisam ser analisadas individualmente.

 

3. Não use a comida como moeda de troca

É comum que durante a infância os pais usem certos alimentos para "premiar" bons comportamentos. Essa forma de compensação pode ser um problema. Quando isso se torna um hábito, a saúde é afetada e distúrbios como a obesidade podem aparecer. Lembre-se sempre: a comida não deve ser sinônimo de recompensa emocional, ela serve apenas para matar a fome.

 

4. Explique a diferença entre desejo e necessidade

Para um adulto, é fácil perceber quando a fome têm origem emocional. No caso das crianças, a lógica não é tão simples assim. "Precisamos explicar que necessidade e desejo são coisas bem diferentes. A necessidade é um pedido do corpo por comida, enquanto o desejo é um luxo que traz sensação de contentamento", confirma a psicóloga Rita Calegari.

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