Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Delator diz que governador de MT recebeu cerca de R$ 7 milhões de grupo empresarial em caixa 2 na campanha

20.10.2018
07:57
FONTE: G1 MT

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  • Taques e Malouf

    Alan Malouf disse que montou grupo de empresário para apoio financeiro à campanha de Pedro Taques — Foto: Divulgação

O empresário Alan Malouf, delator de um esquema de corrupção na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), denunciou suposto caixa 2 na campanha do governador Pedro Taques (PSDB), eleito em 2014. Em nota emitida pela assessoria do governo, Taques nega caixa 2 e diz já ter constituído advogados para atuar no processo.

 

Em depoimentos prestados à Procuradoria Geral da República (PGR), Malouf afirmou que ele e outros empresários doaram cerca de R$ 7 milhões à campanha dele, por meio de um acordo de que o dinheiro retornaria depois que Taques estivesse no comando do Poder Executivo. Deste montante, o empresário disse que aproximadamente R$ 2,5 milhões foram entregues por ele.

 

Conforme o empresário, Taques tinha conhecimento de todo o esquema de movimentação financeira não declarada à Justiça Eleitoral e, inclusive, teria solicitado um pagamento "por fora" ao marqueteiro da campanha dele.

 

Captação de doadores

Alan Malouf disse ter atuado na captação de doadores de campanha e que após o término da campanha restaram algumas dívidas, entre elas uma de aproximadamente R$ 700 mil ao marqueteiro e que Taques determinou que o valor pago não fosse declarado.

 

"A decisão de efetuar o pagamento dessa conta 'por fora' foi compartilhada e autorizada por Pedro Taques. Isso porque o grupo de empresários, comentou com o mesmo sobre essa situação e o mesmo afirmou que poderiam confiar no mesmo", diz trecho dos documentos que fazem parte do acordo de delação premiada já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Ele cita na delação que foi realizada uma reunião da sede da construtora de propriedade de um primo dele, onde se encontraram esse parente e outros empresários e ficou definido que esse pagamento seria feito por meio de um empréstimo feito a um empresário, que emitiu os cheques e entregou ao marqueteiro.

 

Outro encontro com a mesma finalidade, só que para tratar do assunto de forma mais abrangente, citado por ele aconteceu em dezembro de 2014 na casa do então governador eleito.

 

Pagamentos 'por fora'

Segundo Alan Malouf, além dos empresários que faziam parte desse grupo de doadores de campanha, participou dessa reunião o ex-secretário de Gestão Júlio Modesto do atual governo.

 

"Júlio Modesto participou desta reunião, pois foi ele quem efetivamente coordenou a questão financeira e contábil da campanha. Ele foi responsável por cuidar efetivamente da questão financeira da campanha, incluindo os pagamentos oficiais e os ''por fora'. Foi Júlio o responsável pela confecção das planilhas que anexam este petitório, bem como a prestação de contas perante o TRE/MT", diz trecho do documento.

 

Modesto, segundo ele, era quem recebia os recursos e efetuava o pagamento de contas da campanha.

 

Nessa reunião, o governador eleito manifestou preocupação em quitar as dívidas de campanha, pois, de acordo com o empresário, não queria ser questionado sobre os compromissos que tinha assumido com os doadores da campanha.

 

"Desta forma, ficou pactuado enrte todos na referida reunião, que o grupo pagaria as despesas de restos a pagar e que tais valores se dariam a título de empréstimo a favor do candidato eleito, cujos juros definidos eram de 1,5% a.m.", cita.

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