Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
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Delegado de MT pede afastamento de investigação sobre grampos para tratamento de saúde

15.07.2017
16:26
FONTE: G1MT

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  • Delegado Flávio Stringueta (Foto: Lenine Martins/Sesp-MT)

O delegado da Polícia Civil Flávio Stringueta, de 46 anos, designado como responsável pela investigação do esquema de interceptações clandestinas em Mato Grosso, pediu afastamento da investigação. Stringueta explicou os motivos em uma postagem em uma rede social e disse que deixou as investigações por motivos de saúde.

 

O escândalo do esquema, que grampeou telefones de políticos, advogados, jornalista, médicos servidores, foi descoberto em maio deste ano. O secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, disse que o governador Pedro Taques (PSDB), tinha conhecimento do esquema de escutas clandestinas operado pela corporação.

 

Na postagem, o delegado revela que descobriu uma doença autoimune, incurável e crônica, ‘que, para o seu controle, necessita de um ambiente tranquilo, sem picos de estresse’. “Chama-se doença de Crohn. Ela provoca sangramentos intestinais e, consequentemente, anemia. […] A anemia já está bastante forte”, explicou o delegado na postagem.

 

Stringueta comandou a Gerência de Combate ao Crime Organizado por quase seis anos e foi removido, em abril, para a 2ª Delegacia de Polícia de Cuiabá, até que o desembargador Orlando Perri determinou que o delegado assumisse as investigações dos grampos clandestinos.

 

“Não estou me afastando por decisão minha, mas por recomendação médica. Não estou saindo porque recebi algum tipo de intimidação ou revés nas investigações, mas por falta de condições físicas de atender bem ao que me foi atribuído. E a sociedade necessita de alguém em melhores condições para trazer à tona as verdades desses fatos”, finalizou Stringueta.

Um novo delegado deve ser nomeado para assumir as investigações das interceptações clandestinas em Mato Grosso.

 

Interceptações clandestinas

Mauro Zaque acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o caso e afirma que o governador Pedro Taques (PSDB) foi informado oficialmente, via documento, dos crimes que estavam ocorrendo na gestão dele. O governador nega ter recebido o ofício com a denúncia e chegou a entrar com representação contra Zaque no Ministério Público do Estado, no Conselho Nacional do Ministério Público e na própria PGR, acusando-o de ter fraudado o documento.

 

Nesta semana, uma auditoria da Controladoria Geral do Estado apontou que o ofício da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) que denunciou o "escritório clandestino de espionagem" dentro do governo chegou a ser protocolado na Casa Civil, mas foi substituído por outro documento, com o mesmo número, mas que tratava de pedido de obras em Juara, a 690 km de Cuiabá.

 

A PGR investiga se o chefe do Executivo estadual tinha conhecimento do crime e de quem teriam partido as ordens para os grampos. Taques afirma que não sabia da existência da central de monitoramento clandestina.

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