Mato Grosso, 28 de Março de 2024
Esportes

Do medo ao sonho: Vítor quer voltar ainda em 2017 para recolocar o Santa na Série A

25.05.2017
14:15
FONTE: G1

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    Vítor tem recebido o apoio da família (Foto: Lucas Liausu)

Um dos jogadores mais regulares do time do Santa Cruz nesta temporada, o lateral-direito Vítor precisou passar por uma daquelas peças que o futebol prega em alguns jogadores. Vivendo um dos seus melhores momentos na carreira e sem dúvidas o melhor no Arruda, sofreu uma séria lesão na estreia do clube na Série B do Campeonato Brasileiro. Em uma dividida contra um amigo que joga no Criciúma, fraturou a tíbia e a fíbula da perna direita e vai precisar parar por seis meses. Passadas duas semanas do baque, Vítor já consegue conviver bem com a nova realidade e com agora inseparáveis muletas.

 

Já fazendo fisioterapia em dois turnos, Vítor deixou o desânimo rapidamente de lado para tentar encurtar o tempo recuperação. A ideia do capitão Tricolor é voltar ainda na Série B do Campeonato Brasileiro deste ano e para conquistar o acesso.

 

- Vou jogar esse ano ainda. Seria um grande presente voltar brigando pelo acesso. Machuquei na primeira rodada e voltar com o time brigando pelo acesso seria ótimo.

 

Aos 34 anos, Vítor nunca tinha sofrida uma lesão séria no futebol. Pela primeira vez na vida esteve em uma mesa de cirurgia e isso o assustou nos primeiros dias depois da contusão. O sentimento, no entanto, já é outro. Do dia que se machucou, a única coisa que permanece é a dor.

 

- Na hora foi dor e desespero. Fiquei sem saber o que fazer. Queria que ninguém tocasse em mim. Estava com muito medo e desespero. Agora isso passou, mas a dor continua. O momento de desespero já saiu de mim. Às vezes chego a pensar que vou ficar esse tempo sem jogar, mas na mesma hora passa e já foco na minha recuperação para fazer as coisas certas e não pular as etapas. Quero tratar bem para que não aconteça nada quando voltar.

 

O curioso do lance que machucou Vítor foi que a disputa de bola foi com um velho conhecido. Ricardinho, hoje no Criciúma, foi companheiro do tricolor nos tempos de Goiás. Os dois já conversaram e não ficou nenhuma mágoa. Para Vítor, não houve maldade no lance.

 

- Não culpo ele. Foi involuntário. Ele desequilibrou e acertou o joelho na minha perna. No momento do contato eu já percebi que tinha sido grave. Na hora eu escutei um barulho e o osso da minha perna para o lado. Já vi que tinha quebrado e que era sério. Vi que teria que ficar muito tempo sem jogar.

 

Homenagens

Desde que se lesionou, Vítor tem se deparado com várias homenagens. No jogo contra o Náutico, o primeiro depois da contusão, os jogadores entraram com uma faixa e uma camisa desejando força para o capitão e na área técnica, o treinador Vinícius Eutrópio usou uma camisa com o nome e o número do jogador. No entanto, o que mais o emocionou foi a comemoração do atacante Everton Santos no gol do Santa. Ele foi para as câmeras e mandou uma mensagem para o companheiro.

 

- Vi a homenagem que todos fizeram para mim, a do Vinícius Eutrópio e do Everton Santos na hora do gol. Estava no hospital e me emocionei quando vi o vídeo dele. Foi uma atitude muito bacana.

 

Apoio em casa

Para levantar o astral e tentar cumprir todos os protocolos do tratamento, Vítor encheu a casa. Trouxe a sogra, os pais e pretende convidar os irmãos (são sete) para passarem uma temporada no Recife.

 

- Eu sempre fui mimado em casa. Sempre cuidaram bem de mim e no momento mais difícil da minha carreira, nada melhor que ter o apoio da mãe, do pai, da esposa e do filho. Meus irmãos também, que ficaram desesperados sem dormir. Isso mostra que a gente está junto.

 

Apesar de tanta gente o paparicando, Vítor garante que não dá trabalho. O máximo que faz é pedir que os familiares o ajudem com coisas simples.

 

- Eu não dou trabalho. Chego em casa, sento no sofá e coloco o pé para cima. Fico tranquilo. Aí eles pegam uma água para mim, uma comidinha, um cafezinho...

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