Escassez de mulheres na seleção de natação faz CBDA "ligar sinal de alerta"

A pouca presença feminina na seleção brasileira que vai ao Campeonato Pan-Pacífico de Tóquio, em agosto, ligou o "sinal de alerta" na CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

A entidade já se diz "preocupada" depois que apenas duas nadadoras (Lorrane Ferreira e Larissa Oliveira, ambas nos 50m livre) ficaram na faixa de classificação para a competição asiática na seletiva nacional, o Troféu Brasil, que foi realizado entre terça-feira e este sábado, no Rio.

Ao todo, a equipe terá 16 componentes, dos quais 14 homens. Ou seja, elas representam somente 14% do todo. Como comparação, o time brasileiro teve 11 nadadoras mulheres nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Pode ser que o número aumente ligeiramente, caso Viviane Jungblut, classificada para nadar a prova de 10km da maratona aquática, dispute também os 800m livre no Japão. Ainda assim, a confederação quer tratar como prioridade a qualidade da natação feminina do país.

Segundo Renato Cordani, seu diretor-geral de esportes, a CBDA fará um plano de ação para definir estratégias para impulsionar o surgimento de novos nomes, ou aprimoramento das atletas que compuseram a seleção nos últimos anos. Um colegiado técnico deve ser reunido para discutir projetos.

- É uma situação que preocupa, sim. Liga um sinal de alerta de que precisamos fazer mudanças. A direção da confederação vai propor discussão para medidas que surtam efeito, mas não para o Pan-Pacífico - afirmou o dirigente.

É bem verdade que os dois principais nomes da natação feminina brasileira não participaram do Troféu Brasil, o que afetou a possibilidade de classificação.

Etiene Medeiros, campeã mundial dos 50m costas em piscina longa (50m) e bicampeã mundial em piscina curta (25m), recupera-se de uma cirurgia no ombro direito. Joanna Maranhão, nadadora mais experiente do país, está sem clube e vai concentrar esforços nas competições do segundo semestre.

Sem ambas, o campeonato nacional encerrado neste sábado teve poucos resultados vistosos. Nenhum recorde brasileiro ou sul-americano veio com elas, enquanto os homens bateram três continentais.