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O ex-secretário estadual de Segurança Pública (Sesp), delegado Rogers Jarbas, será transferido do Centro de Custódia de Cuiabá para a Polinter, também na capital, por determinação do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Jarbas está preso desde o dia 27 de setembro, por suspeita de tentar atrapalhar as investigações sobre o esquema de interceptações clandestinas operado por policiais militares no estado.
A decisão foi assinada nesta quarta-feira (11) pelo magistrado, que é o relator do inquérito sobre um esquema de grampos no estado. A transferência foi determinada para manter o delegado longe do advogado Paulo Taques, primo do governador Pedro Taques (PSDB) e ex-chefe da Casa Civil, preso na mesma operação e com quem Jarbas divide cela.
De acordo com o desembargador, se mantidos na mesma cela, ambos podem ajustar depoimentos e atrapalhar as investigações.
"A medida se patenteia indispensável para evitar que sejam mantidos juntos dois investigados detidos na mesma operação policial, facilitando, com isso, o contato entre eles, e, de consequência, a probabilidade de ajustarem suas versões ou de criarem álibis no intuito de prejudicar as investigações policiais", diz trecho da determinação.
Operação Esdras
Rogers Jarbas, Paulo Taques e outras sete pessoas foram presas durante a Operação Esdras suspeitas de fazer parte do plano para afastar o desembargador Orlando Perri das investigações sobre as escutas clandestinas.
A operação foi deflagrada após depoimento prestado pelo tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que atua como escrivão no inquérito policial militar que apura o esquema dos grampos. Ele ainda revelou novos participantes do suposto grupo criminoso, que seriam o delegado Rogers Elizandro Jarbas, o major Michel Ferronato, o sargento Soler e Helen, mulher de Lesco.
O delegado, que foi exonerado do cargo a pedido dele no dia 1º deste mês, era monitorado por tornozeleira eletrônica desde o dia 20 do mês passado. Ele ficou impedido de manter contato com servidores e pessoas ligadas ao governo do estado e com outros investigados e teve o celular apreendido.
No entanto, de acordo com o desembargador Orlando Perri afirma na decisão que mandou prendê-lo, ele teria descumprido a decisão, com base em declarações do tenente coronel José Henrique Costa Soares, que atuava como escrivão no Inquérito Policial Militar (IPM) sobre os grampos. Por causa disso, o magistrado determinou a prisão dele.
"Com o caminhar das investigações e a madelenização do tenente coronel Soares, descobriu-se a figura relevante do atual secretário de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, que, valendo-se de seu cargo e de sua influência, vem reiteradamente interferindo nas investigações atinentes à prática do crime de interceptação telefônica ilegal, seja tentando obter documentos sigilosos, seja constrangendo autoridades policiais e oficiais militares", diz trecho da decisão.
Esquema dos grampos
A central clandestina vigorou entre 2014 e 2015 e era operado por policiais militares. O "escândalo dos grampos" veio à tona em uma matéria divulgada pelo Fantástico em maio deste ano.
O esquema foi denunciado à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que foi secretário de Segurança em 2015. Ele diz que recebeu denúncia do caso naquele ano e que alertou o governador Pedro Taques.
Agora, a PGR investiga se Taques sabia do crime e de quem partiu a ordem para as interceptações. O governador, por sua vez, nega que tinha conhecimento sobre o caso.
Segundo consta na denúncia, políticos de oposição ao atual governo de Mato Grosso, advogados, médicos e jornalistas tiveram os telefones grampeados.
Os telefones foram incluídos indevidamente em uma investigação sobre tráfico de drogas que teria o envolvimento de policiais militares. O resultado dessa investigação, porém, não foi informado pelo governo até hoje.
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