Mato Grosso, 01 de Maio de 2025
Economia / Agronegócio

Federação dos empregados dos Correios orienta pela continuidade da greve

02.05.2017
16:17
FONTE: G1 MT

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  • Trabalhadores dos Correios

    Trabalhadores dos Correios se reuniram com a direção da estatal, em São Paulo, no dia 1º (Foto: Divulgação/Fentect)

Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) informou nesta terça-feira (2) que está realizando desde de manhã assembleias para avaliar a proposta dos Correios apresentada na véspera após reunião do presidente da empresa, Guilherme Campos, com as representações sindicais. A orientação da federação é pela rejeição da proposta e a continuidade da greve.

 

Sobre a liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinando que pelo menos 80% dos empregados de cada unidade continuem trabalhando, a Fentect informa que aguarda a notificação e que sua assessoria técnica já está tomando medidas para esclarecer todos os pontos. Na decisão, o TST alegou que os Correios exercem serviço público essencial. Em caso de descumprimento, a multa é de R$ 100 mil por dia.

 

De acordo com a federação, a adesão dos trabalhadores aumentou de segunda para esta terça, e mais um estado aderiu à paralisação: Sergipe. No momento, Amapá e Roraima continuam fora da greve, e o Rio Grande Sul decidiu sair da mobilização, mas cogita voltar, segundo a federação.

 

Ainda de acordo com a Fentect, a adesão à paralisação envolve carteiros, atendentes, administrativos, técnicos e trabalhadores de nível superior.

 

Os Correios informam que aguardam para esta terça-feira (2) o resultado das assembleias dos trabalhadores.

 

Os Correios voltaram atrás em relação à decisão de suspender as férias dos trabalhadores. A estatal prevê a revogação da medida por 90 dias e disse que pagará até R$ 3,5 mil para os empregados que forem tirar férias em maio, junho e julho. O restante dos valores será parcelado.

 

A estatal também disse que vai descontar as faltas dos funcionários na última sexta-feira (28) e exigirá compensação dos funcionários que faltaram nos últimos dias.

 

Quanto ao plano de saúde, os Correios propõem que os sindicatos apresentem uma contraproposta. Caso haja acordo, os Correios retirarão a solicitação de mediação que haviam feito junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

 

A estatal tenta implantar um novo formato para o plano de saúde dos funcionários, o Postal Saúde. A empresa alega que esse custeio é o responsável pela maior parte do déficit registrado nos últimos anos na estatal. Hoje a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários com 7%.

 

Os representantes dos trabalhadores pedem a retirada da mediação do TST sobre os planos de saúde, revogação da suspensão das férias, debate sobre a situação econômica da empresa, revogação da entrega alternada e otimização de atividade interna, suspensão das ameaças de demissão motivada e privatização, suspensão do fechamento das 250 agências e a criação de comissão com a participação dos trabalhadores para tratar sobre o tema.

 

Os Correios informaram que se dispuseram a suspender as novas implantações de medidas operacionais como a distribuição domiciliária alternada, entrega matutina e organização das atividades internas e que essas medidas serão negociadas em comissão a ser formada com essa finalidade. Os casos locais e os que apresentarem maior dificuldade serão prioridade na negociação.

 

Crise nos Correios

Os Correios enfrentam uma severa crise econômica e medidas para reduzir gastos e melhorar a lucratividade da estatal estão em pauta.

 

Nos últimos dois anos, os Correios apresentaram prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de pessoal.

 

Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa.

 

Os Correios planejam também fechar cerca de 200 agências neste ano, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos. Segundo os Correios, o fechamento dessas agências acontecerá sobretudo nos grandes centros urbanos.

 

No dia 20 de abril, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores concursados está na pauta e vem sendo estudada. Segundo ele, os Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de pagamento e contratou um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.

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