Mato Grosso, 23 de Abril de 2024
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Há um mês da Copa da Rússia, Cuiabá ainda tem 9 obras do Mundial de 2014 inacabadas

23.05.2018
06:16
FONTE: G1 MT/Lislaine dos Anjos

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  • VLT

    Canteiro de obras do VLT, em Várzea Grande: obra iniciada em dezembro de 2012 já custou mais de R$ 1 bilhão e não tem prazo para conclusão (Foto: Gcom-MT)

Quase quatro anos se passaram desde a realização da Copa do Mundo no Brasil e, em Cuiabá, nove obras de mobilidade e infraestrutura projetadas para o Mundial seguem inacabadas e sem previsão de conclusão, tanto por lentidão na execução quanto por renegociações com as empresas responsáveis.

 

Milhões já foram gastos, mas quem passa pelas principais avenidas da região metropolitana de Cuiabá percebe canteiros de obras sem atividade alguma, como é o caso da construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que já consumiu R$ 1,066 bilhão dos cofres públicos e está parado desde dezembro de 2014. De lá para cá, nada mudou.

 

O contrato firmado em 2012 para a realização da obra, que prometia melhorar a mobilidade urbana em Cuiabá e Várzea Grande, principalmente, prevendo o aumento na demanda durante a Copa, foi rescindido pelo governo após a deflagração da Operação Descarrilho pela Polícia Federal, em agosto de 2017, que apontou irregularidades na obra.

 

Apenas 6 km dos 22 km dos trilhos do VLT foram concluídos.

 

Uma nova licitação deverá ser lançada, segundo o governo do estado, e a obra, cujo orçamento inicial era de R$ 1,477 bilhão, deverá ter o valor para a conclusão recalculado. O modal ainda não tem prazo para ser finalizado.

 

Enquanto isso, os 42 vagões vão se deteriorando no Centro de Controle Operacional e Manutenção, que fica próximo ao Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, na região metropolitana. Eles foram comprados quando mal tinha iniciado a obra.

 

Para a manutenção desses vagões e de outros materiais já comprados, o governo gasta R$ 16 milhões ao mês.

 

Centros de treinamento

As obras dos dois Centros Oficiais de Treinamento (COTs) que deveriam ter sido usados pelas seleções durante a Copa em Cuiabá também seguem sem prazo de conclusão.

 

Em Cuiabá, o COT da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que está com 82% dos trabalhos executados, passa pelo processo de cura do concreto aplicado na pista de atletismo, que deverá ser toda emborrachada.

 

Segundo o governo, a obra está orçada em R$ 17,2 milhões e o término da estrutura física está sendo tratado com a construtora responsável. Quando o contrato foi assinado, o valor original da obra era de R$ 15,8 milhões.

 

Depois de pronto, a expectativa é de que o local tenha capacidade para acomodar 1,5 mil torcedores.

 

Em Várzea Grande, o COT da Barra do Pari, que está com as obras paradas e tem apenas 69,2% dos serviços acabados.

 

Orçado atualmente em R$ 31,7 milhões – dos quais R$ 21 milhões já foram pagos –, o COT está passando por um inventário sobre os serviços já executados, bem como os materiais que foram furtados, mal aplicados ou danificados. Quando foi licitada, a obra tinha custo previsto de R$ 25,5 milhões.

 

O objetivo, de acordo com o Executivo, é fazer um levantamento do custo de reserviços para conclusão da obra e saber se a construtora, que até então responsável pelo projeto, irá retomar os trabalhos ou se o contrato será rescindido.

 

O relatório final deve ser apresentado em agosto, porém, ainda não há data para a retomada e conclusão do projeto.

 

Arena Pantanal

O estádio que foi palco de quatro jogos da Copa do Mundo – além de uma série de partidas de futebol americano, do Campeonato Mato-grossense de Futebol e eventos artísticos-culturais diversos – já custou mais de R$ 500 milhões ao governo e segue sem prazo de conclusão.

 

Quando o estádio começou a ser construído em maio de 2010, o custo inicial da obra era de R$ 395 milhões.

 

A arena, que hoje é usada como sede de dois setores da Secretaria Estadual de Cidades (Secid) e da Escola Governador José Fragelli, possui três contratos de serviços, dos quais apenas um – referente aos assentos e mobiliário – foi concluído.

 

O serviço prestado passa por testes de verificação de qualidade e o contrato, orçado em R$ 18,2 milhões, está sendo analisado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para possível acordo judicial com a empresa.

 

Já o contrato das obras civis, estimado em R$ 453,2 milhões, está 98,4% executado. O contrato, porém, encontra-se judicializado e ainda não foi acordado com a empresa responsável quando serão executados os reserviços necessários e quando a obra será entregue. O estádio tem capacidade para 44 mil torcedores.

 

O contrato firmado para a execução dos serviços de Tecnologia, Informação e Comunicação (TIC) da Arena Pantanal também anda a passos lentos.

 

Orçado em R$ 110,8 milhões e com 92,1% dos serviços concluídos, o contrato é analisado pela PGE e pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) e discutido pelo governo com o consórcio responsável a fim de garantir o retorno do funcionamento do telão, das catracas e do som do estádio.

 

Avenidas incompletas

Prevista como uma via para desafogar o trânsito da Avenida Fernando Corrêa da Costa, na capital, por meio da ligação com a Avenida Brasília, a Via Parque do Barbado tem 76,2 % dos serviços executados.

 

Segundo o governo, o trecho que liga as duas avenidas está praticamente finalizado, restando apenas a pavimentação da rotatória e o ligamento das avenidas Brasília e Archimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho). Esse serviços que devem ser realizados a partir de maio deste ano, com o fim do período de chuvas.

 

A extensão total da nova avenida é de 1,6 km, e a obra está orçada em R$ 29,5 milhões. A previsão é de que a via seja concluída e entregue à população em outubro deste ano. A obra foi licitada pelo governo por R$ 23 milhões.

 

Orçadas em R$ 26,7 milhões, as obras de readequação da Avenida 8 de Abril e do Córrego Mané Pinto, em Cuiabá, foram paralisadas há três meses pela construtora responsável, que culpou o período chuvoso. Inicialmente, o contrato tinha valor fixado em R$ 19,8 milhões.

 

A empresa foi notificada para a retomada e conclusão dos trabalhos, que hoje encontram-se com 67,3% dos serviços executados, mas não atendeu às ordens do governo. A previsão, até então, era que a obra fosse finalizada até 31 de julho deste ano.

 

O projeto prevê a urbanização do canal do córrego Manoel Pinto – com implantação do coletor tronco – e a construção de calçadas, cinco rotatórias e um pontilhão no trecho de extensão de 3,1 km.

 

Já a Estrada do Moinho, também na capital, teve o contrato de R$ 23,3 milhões prorrogado até novembro deste ano e está com 70,3% da obra executada. Quando foi licitada, a obra tinha valor previsto de R$ 23,6 milhões, mas sofreu um aditivo que suprimiu R$ 385 mil do custo inicial.

 

O governo apontou inconformidades no serviço já concluído, principalmente no pavimento, ao longo dos 4,4 km da obra e aguarda negociação para retomada dos trabalhos na via.

 

Trincheira Jurumirim

Com 97,84% de obra executada e orçada em R$ 50,5 milhões, os trabalhos na Trincheira Jurumirim encontram-se paralisados, e o contrato passa por negociações para retomada dos trabalhos, a fim de que sejam feitos reserviços e a conclusão da obra. Quando foi licitada, a obra era estimada em R$ 39,3 milhões.

 

Ainda não há prazo para a finalização e entrega total da estrutura, que possui 960 metros de comprimento e já custou R$ 46 milhões aos cofres públicos.

 

Aeroporto Marechal Rondon

Apenas dois setores de obras do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, foram concluídos, referentes às áreas de embarque e desembarque doméstico e embarque internacional, restando ainda finalizar a reforma do setor C. Atualmente, cerca de 85% do projeto está concluído.

 

Iniciada em dezembro de 2012, a obra completa do aeroporto foi inicialmente orçada em R$ 77,2 milhões, mas hoje tem valor estimado em R$ 85,1 milhões. O convênio com a Infraero já venceu, porém, a empresa tem prazo de até final deste mês para realizar alguns serviços apontados pela equipe de fiscalização do governo.

 

Obra concluída, mas não inaugurada

Segundo o governo do estado, foi concluída, neste mês, a obra de revitalização do Complexo da Salgadeira, na MT-251, na capital. O ato de inauguração da obra, porém, ainda não foi agendado.

 

A reforma foi iniciada em 2010, com valor inicial de R$ 6 milhões. Com custo total de R$ 12,6 milhões, a obra teve a inauguração adiada por, pelo menos, três vezes ao longo dos últimos dois meses.

 

Quando inaugurado, o complexo terá restaurante, minimuseu, loja de souvenir, posto policial, miniauditório, área administrativa, playground, paisagismo e duas guaritas, além de mirantes, rampas e portas que permitem acesso de pessoas com deficiência.

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