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Herói improvável, luta e festa: Inter supera "guerra" em Caxias para ir à 10ª final

24.04.2017
09:01
FONTE: G1

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Por mais que possa parecer corriqueiro para o Inter chegar a uma decisão do Gauchão, a verdade é que o time de Antônio Carlos Zago teve de sofrer neste ano para alcançar a 10ª final seguida no estadual. Precisou superar uma verdadeira “guerra” no Centenário para conseguir vencer o Caxias nos pênaltis, após derrota por 1 a 0 no tempo normal. Seja pela pressão da torcida local, seja pelo ambiente de luta no gramado ou até mesmo pelo futebol inconstante, teve de se reinventar em campo e contar com o talento do garoto Keiller, o terceiro goleiro, para garantir a vaga nas penalidades.

 

A partida contou com personagens conhecidos, Como D'Alessandro e Wagner, aquele que cantou com voz tremida a música "Choram as Rosas", ao pedir música no Fantástico. E outros improváveis, como Keiller e Gilmar. Além disso, muitos fatos curiosos ainda povoaram o ambiente dessa semifinal do Gauchão. 

 

Ambiente hostil

Assim que os colorados ingressaram em campo, escutaram provocações por parte dos caxienses. O mais provocado por torcedores era D’Alessandro, seguido por Antônio Carlos Zago, ex-Juventude, e Edenílson, ex-Caxias. Quando se aproximavam do alambrado, principalmente perto do acesso denominado como “túnel do terror”, era comum escutarem xingamentos de todos os tipos, a maioria deles impublicáveis.

 

Esse ambiente de transferiu para o gramado. Com apenas três minutos de partida, após falta de D’Alessandro em Wagner, já havia empurrões, discussões acaloradas, daquelas com cara feia e nariz com nariz. Tratava-se do prenúncio de uma partida emocionante e extremamente nervosa, digna de semifinal do Gauchão.

 

Baixa colorada e tapa na bandeirinha

Com sete minutos, o Inter teria a primeira baixa. Destaque nas últimas partidas, herói contra o Corinthians, Marcelo Lomba caiu no gramado com semblante de dor. Precisou ser retirado do campo na maca e ser substituído por Keiller, de 20 anos. Lomba, aliás, somente voltaria para o vestiário com extrema dificuldade para caminhar.

 

O Caxias era melhor. Aliás, muito melhor. Mas o Inter teve a chance lúcida de abrir o placar aos 21 minutos. Formado na base do Caxias, Edenílson desfilou com qualidade e conseguiu até se livrar de Lúcio. Mas vacilou na pontaria e acertou a trave, num daqueles lances inacreditáveis. De tão irritado, desferiu um tapa na bandeirinha e... foi xingado por torcedores do Caxias.

 

Gol, choro e dor...

Instantes depois, o Grená justificou a superioridade e abriu o marcador com Júlio César, após receber cruzamento de Wagner. Na comemoração, uma curiosidade: o centroavante Gilmar reclamou de dores na costela, mas seguiu em campo. Mal sabia ele que seria um dos principais personagens da partida.

 

Para se reerguer, o Inter precisou se reinventar. Caçado no primeiro tempo, D’Alessandro foi recuado para atuar como um terceiro volante, enquanto Edenílson ganhou espaço para avançar. O time de Zago melhorou, embora os laterais Alemão e Uendel seguirem sofrendo com os avanços dos velozes Reis e Júlio César.

 

A partir de então, a partida ingressou em um momento que definiria a classificação colorada. Por mais estranho que soe, o Caxias teve o jogo na mão, mas desmoronou a partir de erros próprios, como aos 15 minutos. Wagner pediu atendimento médico e um atleta avisou Winck que era necessário substituição. Imediatamente, Marlon foi chamado e entrou em campo na vaga. Só que o camisa 10 queria voltar. E quando soube que não poderia, ergueu os braços, inconformado. Nem Wink acreditou e chutou um copo de plástico no chão. Ao chegar no banco de suplentes, Wagner não conteve as lágrimas e sentou desolado.

 

Herói improvável

Wagner teria ainda um último instante de alegria, quando o árbitro assinalou falta de Léo Ortiz em Marlon, dentro da área. Só que o Caxias já estava em desconstrução, em momento de queda brusca. E Gilmar, aquele mesmo que acusaria dores na costela, fez a cobrança da penalidade. E errou. Keiller, o garoto de 20 anos que havia entrado na fogueira no lugar de Lomba, se atirou no canto direito e fez grande defesa. O centroavante do Caxias, aliás, seria substituído posteriormente por Jajá e sairia de campo enfaixado.

 

Logo depois, o Inter ficaria com um a menos. Em uma das muitas confusões da partida, Brenner acabou empurrando o árbitro Daniel Bins pelas costas. Levou cartão vermelho. A superioridade numérica do Caxias, no entanto, não resultaria em vantagem técnica. Pelo contrário.

 

Quando o juiz finalizou a partida e chamou as penalidades, outra curiosidade. Zago correu em disparada para o vestiário, assim como fizera contra o Corinthians. Seria alguma superstição ou arma secreta? Nada disso. Ele mesmo revelou o motivo, após a partida:

 

– Estava apertado. Fui fazer xixi!

 

Confusão e festa colorada

Nas cobranças, o lado vermelho prosperou. D’Alessandro acertou a primeira penalidade e comemorou com ênfase perto do banco do Caxias. E... nova confusão. O médico Aloir de Oliveira ingressou no campo e foi “tirar as caras”. O doutor acabou expulso. Substituto de Wagner, Marlon seria vencido por Keiller, na batida. E o Inter acertaria as cinco cobranças, sem dar sequer chance ao azar. Na última, Diego beijou a bola e acertou chute calibrado para decretar a classificação.

 

A festa foi grande. D’Alessandro correu para a frente da torcida, enquanto alguns torcedores invadiram o campo. O gringo ainda cumprimentou Winck pela campanha do rival e fez um afago em Wagner: “Eu gosto de você. Joga pra c...", elogiou. A batalha estava encerrada, com classificação do Inter e chance de heptacampeonato. Para o Caxias, fica a sensação de que poderia mais, embora a campanha tenha sido fantástica.

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