Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
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Médico que chorou ao relatar situação de hospital em MT pede R$ 150 mil de indenização a ex-deputado

12.06.2019
15:20
FONTE: G1 MT

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  • médico que chorou sorriso

    Ex-diretor chorou durante entrevista sobre a situação do Hospital Regional de Sorriso — Foto: Divulgação

O médico Roberto Satoshi Yoshida ingressou com pedido de danos morais contra o ex-deputado Gilmar Fabris, que na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso chamou o médico de mentiroso e malandro. A defesa do médico pede R$ 150 mil de indenização.

 

O G1 tenta localizar a defesa de Gilmar Fabris.

 

Roberto, que em 2017 era diretor do Hospital Regional de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, fez um desabafo durante uma entrevista, quando chorou ao falar sobre a precariedade na unidade de saúde por atrasos nos repasses por parte do governo do estado, inclusive com a falta de alimentos para servir aos pacientes.

 

Fabris, que fazia parte da base do então governador Pedro Taques, foi à tribuna e disse: "Esse malandro desse médico de Sorriso não foi demitido, não, aquele choro de traíra dele. Ele não recebeu salário porque não tinha certidão para receber".

 

De acordo com o advogado do médico, Silas do Nascimento Filho, o então deputado chegou a ser processado no Tribunal de Justiça, porque na época possuía foro privilegiado. Ele teria se defendido dizendo que tinha imunidade material, que diz respeito à liberdade que o parlamentar possui de se expressar por meio de suas opiniões, palavras e votos, estando prevista no artigo 53 da Constituição Federal. A imunidade em questão abrange a responsabilidade penal, civil, disciplinar ou política do parlamentar.

 

Mesmo assim, conforme o advogado, o médico Roberto Satoshi Yoshida foi ofendido publicamente, o que fere seus direitos de cidadão.

 

À época, entidades ligadas à área da saúde repudiaram a ação de Fabris e disseram que as lágrimas do médico representavam o desabafo de toda a categoria, que, "para poder levar atendimento para a população precisa diariamente enfrentar a falta de estrutura física dos estabelecimentos de saúde, a ausência de insumos básicos e de medicamentos essenciais, o atraso de salários e todas as demais consequências do sucateamento do Sistema Único de Saúde de Mato Grosso".

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