Mato Grosso, 24 de Abril de 2024
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Município de MT onde 9 foram mortos já foi considerado o mais violento do país

24.04.2017
17:04
FONTE: G1 MT

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  • colniza

O município de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, onde nove trabalhadores foram mortos durante um ataque por disputa de terra em uma área rural na quarta-feira (19), já foi considerado o mais violento do país em 2007, segundo levantamento do Mapa da Violência. Nesta segunda-feira (24), o Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi encaminhado ao município onde aconteceram os crimes para reforçar a segurança.

 

Na quarta-feira, um grupo de homens armados invadiu uma área conhecida como Taquaruçu do Norte e assassinou nove trabalhadores rurais. Algumas vítimas tinham sinais de tortura. A principal suspeita é de que fazendeiros tenham encomendado os assassinatos. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o local do crime é um assentamento rural. O governo não confirma a informação.

 

Em 2007, de acordo com o estudo, a taxa de homicídios em Colniza foi de 165,3 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida no ranking, Juruena, a 893 km de Cuiabá, ocupou a segunda colocação com uma média de 137,8 casos a cada 100 mil habitantes. O município com menor índice teve 29,8 casos. Nesse ano, Mato Grosso teve 44 municípios incluídos na lista.

 

Ainda segundo o estudo, outros dois municípios de Mato Grosso apareceram no ranking dos mais violentos do país. São José do Xingu (5ª lugar) e Aripuanã (8ª posição), tiveram uma média de 109,6 casos e 98,2 registros, respectivamente.

 

Também em 2007, ainda conforme o estudo, Colniza foi o município do Brasil que mais registrou mortes por arma de fogo. A média naquele ano foi de 131,6 casos a cada 100 mil habitantes.

 

O Mapa da Violência é um estudo coordenado pelo professor e sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO).

 

Conflito por terra

A polícia investiga os assassinatos na área rural de Colniza e suspeita que quatro pessoas tenham torturado os trabalhadores rurais. Os suspeitos são da região e um deles foi identificado, afirmam as autoridades.

 

As vítimas da chacina, segundo o governo, são todas do sexo masculino. As vítimas são Izaul Brito dos Santos, de 50 anos, Ezequias Santos de Oliveira, 26 anos, Samuel Antônio da Cunha, 23 anos, Francisco Chaves da Silva, 56 anos, Aldo Aparecido Carlini, de 50 anos, Edson Alves Antunes, 32 anos, Valmir Rangeu do Nascimento, 55 anos, Fábio Rodrigues dos Santos, de 37 anos e o pastor da Assembleia de Deus, Sebastião Ferreira de Souza, de 57 anos.

 

Segundo a perícia oficial, os corpos tinham sinais de tortura - algumas das vítimas foram amarradas e, outras, decapitadas. De acordo com a Polícia Civil, pelo menos dois trabalhadores foram assassinados a golpes de facão e, o restante, por tiros de espingarda calibre 12.

 

O vilarejo em Taquaruçu do Norte, onde aconteceu a chacina, está praticamente vazio. Além da violência e da forma como os crimes aconteceram, o que mais chama a atenção é o medo que as pessoas sentem. Famílias inteiras fugiram temendo a volta dos criminosos.

 

Nesta segunda-feira (24), o secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, viajou para o município de Colniza na companhia dos secretários de Assistência e Trabalho, Max Russi, Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários, Sulme Evangelista e da Casa Militar, Evandro Ferraz Lesco.

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